Estava navegando, e entre as ondas do mar encontrei uma pequena garrafa com meu nome escrito. Nela continua palavras, instruções precisas para transformar a vida em livro. Havia também meus pensamentos contidos. Nós, somos todos barquinhos carregados de sentimentos, navegando num mar sem fim de poesia. O mar é chamado de vida, e a cada porto em que atracamos criamos laços indefinidos. E vamos assim, a vida inteira, Mar à Fora, navegando, quem sabe, num momento qualquer, entre as ondas infinitas e por-de-sóis, eu não encontre uma bela sereia?
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Coletânea de poesias escritas por eu mesmo, para um alguém perdido.
Vomitar sentimentos, engolir o silêncio
As noites em claro têm um peso diferente para quem escreve. São feitas de silêncios interrompidos por memórias, de palavras que tentam preencher o vazio deixado por quem partiu. Este livro não conta uma única história, mas muitas. Cada página é um fragmento de saudade, uma lembrança que insiste em permanecer.
Aqui, não há uma linha do tempo exata, porque a dor não segue relógios. Cada texto existe por si só, como se fosse escrito em um momento único de perda, amor ou ausência. São pedaços de pessoas que passaram, de sentimentos que ficaram, de madrugadas onde o cansaço nunca venceu a necessidade de escrever.
Se há algo que une essas palavras, é a urgência de registrar aquilo que não pode ser dito em voz alta. Porque algumas dores só fazem sentido quando transformadas em letras. E porque certas noites simplesmente se recusam a acabar.