Uma noite qualquer

A noite estava bonita, estrelada e fria. Havia ido ao teatro no centro, mas havia ido a pé, pois era muito perto do meu prédio. O centro a noite tinha um certo charme e numa noite como aquela era agradável andar por algumas ruas. Eu disse " algumas". Já havia passado da meia noite, e esperava o ônibus para voltar, as vezes gostava de andar de ônibus, principalmente naquele horário, por que era tranquilo. estava eu e mais duas moças no ponto, a rua estava bem iluminada, os carros e motos ainda passavam a todo momento. São Paulo nunca deixaria de ser uma cidade urbana movimentada.
O ônibus chega e todas entram rapidamente. Passei a catraca depois de libera-la com o bilhete, olhei rapidamente para seu interior, haviam 5 pessoas espalhadas, então ainda tinha assentos o suficiente. Fui para o fundo e sentei no ultimo banco atrás das duas moças que estavam no ponto, eram amigas e conversavam animadamente. Faltavam 3 pontos para chegar ao meu destino, então fiquei observando as ruas do centro pela janela do ônibus. Mais uma parada, e entram 3 homens. O primeiro rendeu o motorista, o segundo passou por baixo da catraca já apontando o revolver para os passageiros, o terceiro recolhia o dinheiro do cobrador enquanto o ameaçava com a arma na sua cabeça. Todos entraram em pânico, pois o ônibus começou a andar novamente, mas mudando o seu percurso. O segundo assaltante, esse alto magro e feio, foi recolhendo os pertences dos passageiros, relógios, celulares, carteiras, tudo o que fosse de valor. Ele olhou para as duas amigas na minha frente em seguida para mim, veio na nossa direção brincando com a arma, apontando de uma para a outra. Não me alterei, permaneci estranhamente calma, mesmo depois dele rir e nos olhar como se estivesse excitado, estava quase salivando.