O teatro começou a ter novos contornos herdados do que havia de moderno em cena na Europa - o cenário estilizado; a hipervalorização dos elementos simbólicos; a descoberta do Expressionismo alemão e, conseqüentemente, a criação de um clima voltado para distorções que revolvem o pessoal e o emotivo; há, ainda, a valorização da coreografia, do som e da luz. Sob a batuta da audaciosa direção de Ziembinski, em 1943, é levada aos palcos cariocas Vestido de Noiva, peça que estaria destinada a ficar na história da dramaturgia brasileira pela radical mudança temática e de montagem que introduziu. Nelson Rodrigues conduz o drama de forma renovada, Intercala ações que se passam em tempos diferentes; dá vida e corpo a personagens esboçados pela memória e pela imaginação, subdividindo a peça em três planos: o da realidade, o da memória e o da alucinação. A peça em três atos tem como personagens principais: Alaíde, Lúcia, Pedro, Madame Clessi (cocote de 1905), Mulher de Véu, Namorado e assassino de Clessi (cara de Pedro), Gastão (pai de Alaíde e de Lúcia) e D. Lígia (mãe de Alaíde e de Lúcia).