Não constranja ninguém argumentando sobre sua mudança.
Sendo ela, a mudança, algo evolutivo. Todo ser humano deve reaprender-se.
Todo ser humano pode arrepender-se, coagir-se a enfrentar sua própria incompreensão, sua loucura desvairada e sem razão. Suas defesas que nada pode defender.
Todo ser humano pode rasgar-se inteiro e bradar sua dor.
Quero constranger a mim mesma e entrar em declínio, se assim for preciso. Reaprender-me. Reaprender coisa que não vi, enxergar vida nova.
Horizonte cinzento e amarelo, com novo significado. Eu posso querer me arrepender, se assim for o natural. Coagir a mim mesma, rasgar por inteiro aquilo que construí em nome de fé que não cri.
Quero poder sentir que posso matar minha loucura desvairada e tocá-la do lado de lá. Do lado oposto em que poderei me encontrar. E envergonhar-me incrivelmente.
Desculpar-me com quem ofendi e mudar os discursos.
As verdades não são relativas, só mudam de tempo em tempo.
A idade das melhores vem e vive quem aprendeu a viver.
Se for preciso falar de meus declínios e bradar meus arrependimentos, que nenhum ser humano engessado me amordace. Se for preciso acusar, que nenhum medo me repreenda.
Se for preciso ofender, que minha boca não fale e eu me torne muda e meu coração pare por instantes.
Se eu quiser dizer insanidades, haja coração.
Meu eu precisa de mim. Preciso conhecer do que posso ser capaz. Se a verdade há, aonde ela foi?
E por que tantas diferentes?
Prefiro, opto, escolho por tentar as verdades humildes que só mudam de tempo em tempo. Verdades caridosas que têm compaixão das obras mal feitas e das frases inventadas, das coisas ruins e inaptas e das conclusões às cegas.
Que eu me permita a partir de hoje.