Ishii sempre foi um rapaz peculiar, curioso, dotado de uma inteligência e vontade própria capaz de convencer e mover pessoas. Ele não ligava a materialidade, gostava de andar pelas ruas a mostrar a sua liberdade e a procurar o que fazer para ajudar alguém. Era dado a ajudar o outro, partilhava a política de fazer o bem e, quando chegava a casa da escola, era como uma criança demasiado atenta à história para dormir, que neste caso, resumia-se às histórias do seu avô no sofá. Ishii sempre preocupava os pais por ser tão dado a desaparecimentos, este gostava de vaguear sozinho do nada e aparecia a casa a horas tão tardias. Os avós sempre lhe ensinaram a ir em busca de respostas e ele lá ia, sempre com a vontade aguçada, descobrir o mundo onde vivia. O problema era que via coisas que o magoavam, feriam-lhe a alma de tal forma que pena e impotência era o que reinava dentro de si. Habituara-se a ver injustiça mas não se conformara com ela, tentando sempre corrigir um erro que não era dele e mudar algo que não era decidido por ele. E ele decidira que neste Natal seria diferente, iria fazer algo para mudar a vida de alguém, o pouco que fosse já era suficiente. Pelo menos, ele queria acreditar que tal aconteceria.