(Ps: Antiga história com o nome: Rua Lillgston) Lia Sllen sempre foi uma cabeça nas nuvens. Desastrada então? Nem se fala. Tudo até estava indo bem, e então chega o dia da discussão mais ridícula da sua vida. Ouviu tudo o que não desejava ouvir e, num ato impulsivo, fez a coisa que tempos depois julgou ser a maior burrada de todas: Ir morar sozinha. O problema não foi a vizinha macumbeira que tem trinta e sete gatos. Muito menos o fato de que sempre que usam o elevador, parece que o prédio vai desabar. O real problema foi o cantinho que escolheu para chamar de lar, e todas as confusões que vieram junto com a bagagem. A mente da garota vira uma bagunça. Sua única sorte é que as aulas no colégio e curso de fotografia ainda não voltaram e a nova vizinha do apartamento da esquerda tem uma sobrinha que, por sorte, é loucamente legal. Numa noite, descobre o Mystery ballosagna. Um barzinho/ padaria que não deve ver a vigilância sanitária a uns quatro anos, mas sempre está cheio de pessoas tentando descontrariar. Resolve trabalhar no lugar. Aí o tédio vira confusão. Principalmente quando se depara com o garoto que toda semana usa uma touca de cor diferente. Ele aparece no lugar para tocar, muitas vezes apenas para ela e as teias de aranha. As noites parecem ficar mais longas, principalmente quando escreve em seu caderno de poetas, observando a lua brilhar do lado de fora da janela. Mas, percebe que, assim como a poesia, a vida não transborda sempre dor. As entrelinhas podem sempre estar carregadas de felicidade e flores.
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