Charok saiu de casa no escuro de sempre para alimentar Nix e Flord, suas inseparáveis criaturas. Se encontrassem cristais suficientes, partiriam em dois dias. Os consertos da máquina do Capitão Sem Nome estariam prontos naquele dia mesmo. Já trabalhavam naquilo há oitenta ciclos e, mais do que nunca, Charok estava decidido a abandonar sua vida monótona para trás, para sempre. Sentaram-se em frente a uma fogueira para comer. Nix deitou-se de lado, e os dois se aconchegaram em sua barriga. Flord deitou-se no colo do Capitão. - Acho que nunca te perguntei isso... - Disse Charok. - Onde você quer chegar? - De onde eu vim falavam das estrelas, que moram do outro lado do universo... Diziam que viemos de lá. - Como são? - Elas brilham, sua luz vai até além de onde se pode ver. - Aqui não se pode vê-las - Comentou Charok, pensativo. Flord roncou e o Capitão refletiu naquilo. - Mesmo assim, acredito que existam. - Eu também. Não quis dizer que não. - Como se chama este lugarzinho em que vives? - Perguntou o Capitão Sem Nome. - Nixflord, assim eu chamo. - Pois bem... Vai se chamar Doscharok, pois aqui é o seu lar.