"As árvores passavam por mim como um borrão. A terra molhava sujava os meus pés, mas nunca me importei com isso. O sol estava em seu ponto mais alto no céu, já não havia mais vestígios da tempestade que houvera noite passada. O vento gelado batia em meu corpo, me causando arrepios que já estava acostumada e jogando meus longos cabelos negros para trás.
Avisto um tronco caído e repleto de musgos mais a frente, o perfeito ponto de parada no momento. Diminuo meus passos, chegando ao meu destino e enfim sento-me respirando aliviada. Por mais que eu esteja acostumada a andar sobre essas terras, meus pés ainda sofrem com as pedras e galhos pelo chão. Uma desvantagem de ser uma humana em meio à floresta.
Coloco meu inseparável arco ao meu lado e jogo minha cabeça para trás, me permitindo ver a imensidão azul acima de mim. O sol machuca meus olhos, me forçando a por um de meus braços sobre meu rosto. Ainda assim sorrio. Fecho meus olhos e inspiro profundamente, nunca iria me cansar desse cheiro, desse ar puro, dessa imensidão verde ao meu redor. Tudo tão vivo tão limpo, tão mágico. A floresta fora minha casa desde que me conheço por gente. Desconheço de onde venho, não sei quem são meus pais, minhas origens e muito menos como eu fui parar no meio da floresta com apenas dois anos de idade. Mesmo sem saber ao certo quem eu sou, cresci tendo tudo que eu precisava, nunca passei fome, nunca passei frio, nunca estive sozinha. Aprendi a ser ágil, forte e usar meus instintos. Como eu sobrevivi? Vivendo entre lobos."
A vida impõe normas e regras que as vezes é tomada como "correta" pelo moralidade. Algo como se apaixonar por um sequestrador ou, talvez, uma cristã ter um fogo ardente e insaciável por sexo.
Como esconder de seus pais que não é não virgem? Que, na ausência de um namorado, se masturba desde os treze anos?
Que explicação dar quando se encontra vibradores escondidos no quarto? O que fazer quando no celular aparece vídeos pornográfico? O julgamento vem por algo tão simples que é o desejo por algo natural da vida: transar.
Camilla entrou cedo no mundo e manteve a farsa de garota apaixonada por fotografia. Seu amor pela natureza não é em vão, mas só pode ser comparável ao do próprio sexo. A nescessidade constante de se satsfazer e chegar ao clímax nas situações e momentos tão inusitados.
O que ela não esperava é que o cheiro de seus hormônios lhe colocasse frente a frente com um povo conhecido pela violência, o poder e uma voraz apetite sexual e um desejo incalculável para procriar.
E então uma única humana se encontra com uma alcateia de 29 lobos sedentos para acasalar.
E assim farão... custe o que custar!