João era apenas um garoto com um nome comum, morador de uma vila comum, que vivia em condições modestas e muito corriqueiras em seu país. Mas havia uma diferença. Seu cérebro estava longe de ser normal. Feito Einstein, era dono de uma estrutura cerebral diferenciada. Esqueça as inúmeras ligações neurais do imortalizado físico, no caso de João a anomalia tornava-o uma constante ameaça. Sim, João tinha um grande problema. O problema de não ver problema em si, mesmo sendo o problemático que ninguém desejaria trombar em uma encruzilhada. Num dia nebuloso encontrou fascínio por algo, ou melhor, alguém. Mal sabia que Poliana não possuía grandes ambições. Bastando apenas o Punk Rock, um pote abastecido de biscoitos na dispensa, e a inestimável presença de Cracker, seu companheiro de quatro patas. Ele traçou o propósito de que Poli seria a única merecedora de sua solitária companhia. Como uma ovelha desgarrada ela fora marcada. Nenhuma recusa seria tolerada. Só lhe restava dois fins aparentes: sucumbir ou ser sentenciada ao abate.