Alenilzabrazao1
"Diz a lenda que, quando o mundo esquecesse a floresta, nove vozes brotariam para lembrá-lo quem ela é."
Nas profundezas verdes da Amazônia, onde cada raiz carrega sabedoria e cada rio sussurra histórias antigas, uma profecia floresceu em silêncio. Dizia que, quando a terra clamasse por socorro, nove irmãs se ergueriam com o espírito da floresta correndo nas veias e o coração pulsando no ritmo dos tambores ancestrais.
Filhas do povo Baniwa, elas não nasceram apenas como crianças - nasceram como sementes sagradas da resistência. Cada uma foi tocada pelos encantados: receberam dons da onça, do beija-flor, da arara, da árvore centenária e do esquilo voador. Seus corpos são extensão da mata. Suas almas, espelhos dos rios. Suas vozes, a continuação dos cantos dos antepassados. São guerreiras sem armas, mas com a força de mil trovões - pois carregam em si o poder da floresta viva.
Neste romance profundamente espiritual, Os Guardiões da Floresta revela a grandeza do povo originário e a força invisível que os une à terra, à água, aos animais e ao céu. É a história de mulheres e homens que, mesmo diante da opressão, da exploração e da tentativa de apagamento, se mantêm de pé - como árvores sagradas que não se deixam tombar.
Aqui, cada gesto é reza, cada lágrima é semente, cada palavra é flecha lançada em defesa do sagrado. E mesmo quando o mundo tenta calá-los, sua existência ecoa como o canto dos pássaros ao amanhecer: indomável, ancestral, eterno.
Porque a floresta tem rosto, voz e espírito. E enquanto ela viver, viverá também o povo que dela nasceu - guardião da vida, da verdade e da esperança.