Simples Imperfeições

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Angélica Vieira (Angel)

Termino de calçar a minha bota over de veniz e retoco o perfume dando por fim a minha saga beleza de toda a noite.

Pego a minha bolsa e tranco a porta da minha pequena kitnet e vou direto para o lugar que trás a minha renda diária, as ruas frias de São Paulo. Quando vou me aproximando do meu "ponto" avisto Lola, uma antiga colega de batalha, chego do seu lado e ela começa a falar.

Lola: Angel, se atrasou hoje em! apareceu um cliente mas a Raissa acabou acompanhando ele.- Olhei pra ela respirando fundo.

Angel: Tive imprevistos, e se você fosse esperta teria sido você a ir com o cliente não a Raissa.- Virei o rosto e comecei a olhar a estrada.

O meses de junho, julho e agosto são muito frios oque dificulta bastante os programas aparecerem já que os homens preferem ir para as casas de prostituição, pelo o motivo bem óbvio. Nós que trabalhamos na rua é horrivel, mas as contas precisam ser pagas então não temos muitas opções a não ser de botar a cara no jogo assim mesmo.

Fiquei umas 2h ali e nada de aparecer cliente, e como estava muito frio e pouco movimentado as meninas que fazem ponto próximo de mim e da Lola começaram a ir embora, queria eu me dá esse luxo, mas estava com o aluguel atrasado e precisava urgentemente paga-lo.

Quando deu três e meia da manhã Lola acabou desistindo também e foi pra sua casa.

Acabou que eu fui a única a continuar aqui oque de certa forma era bom se caso aparecer algum trabalho sou a única disponível. Me sentei no meio-fio e fiquei ali na "esperança" de aparecer algum cliente mas não aconteceu. E por volta das seis horas passou um carro com dois rapazes aparetemente embriagados, até me animei pensando que poderia ser trabalho mas me enganei.

Como já estava de manhã não teria mais o porque de continuar aqui, então me levantei ajeitei a roupa e fui para a conveniência do posto tomar meu café da manhã. Chegando lá falei com jorge que já sabia muito bem o meu pedido, que é três pães de queijo e um copo de leite com café.

Me sentei por ali esperando o meu pedido vim e pessoas ao meu redor me encaravam com a maior cara de nojo possível, mas esses olhares julgadores não são mais problema para mim, aprendi a lidar com isso a bastante tempo.

Logo entraram dois rapazes, supus que eram os mesmos do carro.

Meu café da manhã logo chegou então tirei o foco dos rapazes e fui saborear o melhor pão de queijo da região norte de São Paulo.

Quando me dei conta um dos rapazes estava me encarando, era até bonito então fiz meu charme mas o rapaz logo desviou o olhar. Então eu esperei a deixa pra ir falar de cara logo, caso eu consiga fazer um programa pelo menos o aluguel vai está pago. O amigo dele saiu então aproveitei a oportunidade e fui falar com ele.

Angel: Oi.- Dei um sorriso de lado.- Percebi que você estava me olhando, se tiver afim cobro 120 a hora.- Ele me olhou por um tempinho mas logo respondeu.

Rapaz: Vai com dois?.- Suspirei e respondi.

Angel: Sim, mas fica 280 a hora  sem anal.-falei mais baixo. O rapaz concordou com a cabeça e foi pagar a conta deles, paguei a minha também e saímos do estabelecimento.

Ele pegou na minha cintura e me deixou ao lado do carro e foi falar com o outro rapaz que estava no telefone, ele então mediu de cima a baixo e logo finalizou a ligação vindo junto com o amigo para minha direção.

Respirei fundo, teria uma manhã bem intensa mas ao menos o dinheiro faria isso valer a pena. Então me coloquei no meu modo automático e entrei no carro saindo dali com eles.