Capítulo 4

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  Estava sentada em frente a loja vendo todo o movimento da cidade. Famílias saindo e entrando de lojas e mercadinhos, crianças correndo pelas ruas brincando, quando então decidi entrar.


Thomas estava guardando a vassoura.

— Senhor Chris, deixei tudo organizado e limpo, estou liberado?

— Sim, mas antes fale com a Elise um momento, ela queria lhe pedir algo. -Meu pai deu um sorrisinho.

— O-oi. -Disse com uma voz trêmula.

— Está nervosa? Parece que precisa falar em público. -Disse brincando. — E então, precisa de algo?

— Sim, é que eu não conheço muito a cidade e queria uma companhia para me mostrar tudo, meu pai disse que não haveria problema e eu queria saber se poderia me acompanhar.

— Não sei, só se eu pagar o sorvete, digo, você pagar o sorvete.

— Se for sua condição, aceito com muitíssima dor no coração. -Disse enquanto ríamos.

— Então vamos?

— Sim! -Afirmei sem conseguir esconder a felicidade pelo sinal positivo de Tom.

— Vê se não volta tarde hein mocinha, e fique de olho nela por mim Tom, ela é meio barulhenta se você não fizer o que ela gosta. -Disse meu pai rindo e caçoando.

— Eu já deixei de ter 6 anos, sabia?

— Tudo bem senhor, prometo entregá-la antes das 10 da noite. -Disse enquanto Tom enquanto saíamos.

Enquanto passávamos pela cidade, talvez ela estivesse mais brilhante do que realmente fosse, talvez por causa de tantos postes ou por ter o Thomas ao meu lado. -Calma, por que estou pensando isso? Se controle Elise, ele é apenas um amigo, isso, uma companhia para um passeio pela cidade-, enfim, eram tantas as lojas de todos os tipos, vi bolos que jamais imaginaria comer nem em sonho sendo vendidos pelo preço da carne de minha antiga cidade, lojas que vendiam roupas tão lindas quanto das revistas ou das histórias de princesa.

Chegamos numa praça que era tão linda que me senti em um filme, os postes eram bem desenhados como os da história da Cinderela e os bancos eram longos e belos, nos sentamos e Thomas foi até um carrinho de sorvete que estava parado perto da fonte.

— Senhor, um sorvete para esta dama.

— Pra já filho. Aqui está!

— Obrigado. Aqui Elise, dívida paga com sucesso!

— Uma dívida que você criou por sua livre e espontânea vontade tá? -Disse rindo enquanto comia o sorvete.

— Sabe, quando eu era mais novo, minha mãe sempre me trazia a esta praça, andávamos por ela e eu pedia um sorvete, lembro que ficava neste banco e via de longe outros casais com seus filhos e casais namorando, aproveitando suas vidas. Me perguntava se alguma vez chegaria meu momento. -Riu enquanto demonstrava um sentimento nostálgico.

Quando então Elise pensou:

"Que sentimento é esse? Parece até que ele também gostaria de ter algo comigo, mas porque a voz dele tremulou ao falar da mãe? Ah! verdade, ela faleceu, mas não penso que seja um bom momento para perguntar sobre isso... —"

Thomas interrompe meus pensamentos.

— Eu... Posso te beijar? - Tom pergunta enquanto se aproximava de mim.

Meu coração começou a acelerar, -eu deveria?

— Ca-calma aí!- Com o nervosismo, acabei derrubando o sorvete em sua camisa e me afastei. -Eu estraguei tudo, ele perdeu todo o interesse em mim.

Ele sorri.

— Ei calma! -Thomas sorri ao perceber que eu estava simplesmente nervosa.

— Thomas, me desculpe! Não era pra isso acontecer! -Comecei tentar desesperadamente limpar sua camisa com os guardanapos.

— Não se preocupe, está tudo bem. A culpa foi minha por não ter te dado nem tempo de reagir antes. -Ele passou o guardanapo em sua camisa. -Vamos? Amanhã tenho que trabalhar cedo e estudar mais enquanto tiver tempo.

Ele se levantou e me estendeu sua mão. Agarrei-a e levantei.

— Tudo bem, vamos! -Me senti aliviada.

...

Um Postal Para EliseOnde histórias criam vida. Descubra agora