ᵉᵘ ᵛᵒᵘ ᵖᵉʳᵈᵉʳ ᵒ ⁿᵃᵗᵃˡ

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11:17 am
43 hour's 'til Christmas morning

— Não acredito que eu ainda vou ter que pagar, sendo que você parou na sua casa para fazer uma mala — Any reclamou cruzando os braços após colocar o cinto de segurança.

— Princesa, iremos fazer uma viagem, acho que é importante ter roupas e itens de higiene presentes — Noah ironizou enquanto dava a partida no carro e colocava o automóvel na estrada.

— São dezoito horas de viagem, como vou suportar esse seu sarcasmo por todo esse tempo sem ter que matar você? — a morena virou seu rosto em direção ao rapaz que apenas encolheu os ombros indiferente.

— A escolha é sua, sem mim, seu Natal estará arruinado, quer arriscar? — brincou soltando o volante enquanto o carro estava em movimento, o que fez Any se desesperar.

— Está doido garoto? — se moveu para o lado segurando o volante um tanto quanto apavorada.

— Acha mesmo que eu seria doido ao ponto disso? — ele perguntou rindo e retomou a direção do carro — A viagem apenas começou, princesa.

— Nunca mais me atraso para nada — murmurou amargurada e se afundou no banco, tentando imaginar tudo que teria que aguentar nessas dezoito horas de viagem.

Pouco tempo de viagem havia se passado. O silêncio entre os dois era constrangedor, até porque, eles mal se conheciam, Any só aceitou viajar com ele, pois era a única maneira de conseguir chegar a tempo para o Natal. E Noah só fez a proposta, porque precisa de grana, e aquela oportunidade era fácil.

— Seu celular está tocando — Noah cutucou a morena que cochilava com a cabeça encostada na janela do carro.

— Ah — Ela murmurou coçando os olhos e olhou o ecrã do seu celular, vendo que era a sua mãe do outro lado da linha — Oi mamãe.

— Oi filha, já embarcou? Por que me atendeu? Não era para estar no avião? — a mais velha dispara desconfiada.

— É, então mãe...— Noah olhou de relance para Any que estava quase gaguejando — Ocorreu um pequeno probleminha — a garota passou a mão em seus cabelos cacheados, tentando pensar em uma forma de amenizar a situação.

— Que probleminha, Any Gabrielly Rolim Soares?! — Priscila gritou tão alto do outro lado da linha, que Noah conseguiu escutar, mesmo que a ligação não estivesse no viva voz.

— Seu nome é Any? — Noah perguntou rindo, achando o nome da garota completamente engraçado.

— Quem é esse que falou? Any onde você está?! — sua mãe explodiu em perguntas completamente preocupada pela filha não ter pegado o voo, como era o combinado.

— Então mamãe, eu acabei chegando atrasada, perdi o meu voo para New York e o próximo é só daqui três dias...

— Daqui três dias será dia 26, o Natal já terá passado! — Priscila interrompeu a filha, transtornada com a situação, e com o coração apertado por ter que cogitar passar o Natal sem sua filha do meio.

— Foi o que eu falei para ela! — A cacheada nova suspirou falando como se fosse o óbvio — Aí eu...

— Partiu para cima dela? Any Gabrielly, se não foi isso que você fez, irei te deixar de castigo! — Priscila esbravejou, já que sempre ensinou a filha como se defender.

— Sim, mãe, eu bati nela — ela suspirou revirando os olhos enquanto Noah ria da sua situação constrangedora e embaraçosa.

— Acho bom! — Priscila ficou mais aliviada e orgulhosa — Agora, me fala, de quem é essa voz que eu escutei no fundo?

— Continuando a história...acabei sendo expulsa da companhia aérea, e conheci um duende.

— Any Gabrielly, você fumou maconha? — do outro lado da linha, Priscila arregalou seus olhos com o comentário da filha, que não tinha sentido algum.

— Não! O nome dele é Noah, ele foi expulso do aeroporto também, ele estava vestido de duende para tirar foto com as crianças — explicou tentando se manter o mais calma possível.

— Então quer dizer que você não vai vir para o Natal? — a tristeza na voz de Priscila era tão evidente que Any sentiu seu coração falhar uma batida ao ouvir a voz da mãe.

— Eu vou sim! Noah está me levando, de carro, te vejo em dezoito horas — Any abriu um sorrisso amarelo, mesmo sabendo que a mãe não poderia ver o mesmo.

— Você pegou carona com um desconhecido? Any! E todas aquelas horas que eu passei falando sobre não pegar carona com um desconhecido, não valeram de nada? — a jovem ficou sem saber o que falar e suspirou pesado — Eu quero falar com ele!

— Ela quer falar com você — Any avisou o garoto e colocou no viva voz.

— Olá senhora Soares, eu sou Noah Urrea — o garoto se apresentou enquanto dirigia tranquilamente, aquele tipo de situação não o atordoava.

— Escute aqui garoto — Priscila se preparou para dar o sermão — Se você encostar um dedo na minha filha, eu vou atrás de você e de toda a sua família! Tá me entendendo? Você não sabe o que eu sou capaz de fazer pelos meus filhos, eu...

- Senhora Soares! — Noah interrompeu o falatório — Eu não irei fazer nada com ela, só estou levando até a senhora, e pronto — explicou, escutando apenas o suspiro pesado da mais velha do outro lado da linha.

— Bem filha, seu pai está me chamando, parece que Belinha pegou uma das renas do Papai Noel de crital da sua avó, preciso ir! — A mais velha falou aflita e desligou, sem nem ao menos dar tempo para da filha se despedir.

— Ela...aceitou bem — Any comentou e olhou Noah, que não estava com uma expressão muito boa — O que foi?

— O carro, tem algo de errado — o rapaz falou sem entender — Vamos ter que fazer uma parada.

— Está bem, então — ela diz frustada.

Alguns quilômetros a frente, viram uma placa escrita "Chalet", e foi lá onde pararam. Ambos desceram do carro, Any aproveitou a deixa para ir ao banheiro, e Noah abriu o capô do carro, descobrindo que o motor do mesmo estava sem chances de continuar a viagem.

— Que dizer que estamos sem carro agora? — Any perguntou aflita, tendo a confirmação de Noah com um aceno de cabeça breve — Droga!

— Ei senhor, pode me fornecer uma informação? — Noah aproveitou a deixa quando um senhor estava passando, e o mesmo apenas murmurou um "sim" — Aqui tem estação de trem?

— Tem sim, é claro — o velhinho afirmou, dando um ponta de esperança aos dois — O museu da cidade é responsável, mas desde o século XVIII não passa nenhum trem por aqui — continuou, desanimado os jovens.

— E uma loja de aluguel de carro? — Any deu idéia se encolhendo com o frio.

- Ah sim, tem a loja do Sam lá em cima — disse apontando para uma montanha — Não se preocupem, se começarem a andar agora, chegam lá antes do anoitecer!

— Eu vou perder o Natal! — Any choramingou dando uma leve sapateada na neve.

— Não, não vai, vai ser só....14 quilômetros — Noah tentou ser positivo — E depois só mais uns 1.400 — ele continuou falando e percebendo que talvez, ela realmente perdesse o Natal com sua família — Enfim, vamos.

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q͜͡u͜͡a͜͡l͜͡ f͜͡o͜͡i͜͡ o͜͡ p͜͡r͜͡e͜͡s͜͡e͜͡n͜͡t͜͡e͜͡ m͜͡a͜͡i͜͡s͜͡ e͜͡s͜͡p͜͡e͜͡c͜͡i͜͡a͜͡l͜͡ q͜͡u͜͡e͜͡ v͜͡o͜͡c͜͡ê͜͡s͜͡ j͜͡a͜͡ g͜͡a͜͡n͜͡h͜͡a͜͡r͜͡a͜͡m͜͡ n͜͡o͜͡ n͜͡a͜͡t͜͡a͜͡l͜͡?

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𝕀𝕥'𝕤 ℂ𝕙𝕣𝕚𝕤𝕥𝕞𝕒𝕤// Noany - short fic ✅Onde histórias criam vida. Descubra agora