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Meu pulmão estava se dilacerando, a dor estava se tornando insuportável e a cada vez que eu respirava meu corpo se envolvia em completa dor, a cada pétala que sai de minha boca mais o gosto de sangue via em meu paladar, eu estava devastado, completamente.

A sensação era agonizante, era como ver um animal de estimação morrendo em sua frente enquanto você não podia fazer nada para ajudar, a cada lagrima que rolava pelo meu rosto vinha junto com o desprezo carregado, eu sentia que se tivesse arrancado aquilo pela raiz não estaria nessa situação de dor e sofrimento.

E a cada momento em que eu me via preso nessa situação mais eu me odiava, o amor vem se tornado um fardo pra mim e eu estou preste a desistir dele.

Tudo em minha volta se tornava escuro e a minha mente estava cansada, eu estava preste a desabar e no ultimo momento ele apareceu para me socorrer, eu sinto estar se tornando um fardo para ele e a cada crise eu me odiava mais ainda, o Leonardo vem sido tão carinhoso e prestativo comigo, eu acho que eu não mereço ele, na realidade, eu não mereço ninguém. 

Saber que necessitar tanto de uma pessoa me deixava sufocado, ao meu ver eu estou apenas atrapalhando a vida dele com assuntos que ao menos influenciam algo para si. Sinto seus braços me rodearem e você me levar até maciez do colchão, suas mão passarem a buscar a coberta,  colocando-a sobre mim.

Um silêncio rodeou o apartamento, o único barulho audível era o choro baixo do moreno, um murmúrio foi escutado a alguns passos foram dados, em silêncio Leonardo limpou o sangue e retirou as pétalas sujas do chão, passou um pano ate tudo estar limpo e sumiu por um tempo, o mais novo ficou quieto, estava se acalmando e sabia que o seu amigo lhe daria tempo necessário para pensar e mesmo que cada momento naquele doloroso silencioso lhe enchesse de ansiedade optou em fica quieto, precisava mesmo pensar.

Escutou passos se aproximando e viu o garoto de altura media com os seus cabelos enrolados e baguncados se escorando no batente da porta, vestindo uma calça moletom escura e uma blusa larga com a estampa de uma banda qualquer, seus olhos estavam secos, sem nenhum vestijo das lágrimas recentes e com um copo de água na mão.

— Eu tenho uma dúvida- disse olhando em sua direção

— Estou a todos os ouvidos

— Por que você continua vindo? - sua expressão é fechada e vejo seu rosto se franzindo -  Seria tão fácil se eu partisse logo, a dor iria parar e você não teria que desperdiçar mais seu tempo comigo.

Escuto seu suspiro alto e vejo você apenas se virar e andar em direção a mesa com os remédios.

— Você por acaso quer apanhar garoto? - seu tom de voz é raivoso, foram poucas as vezes que eu lhe vi usando- Pare de falar bobeiras, eu sou o seu melhor amigo e sempre vou estar aqui, você nunca me incomodou, eu estou a sua disposição a todo momento ok? Não fica assim, logo logo as coisa vão melhorar.

— Melhorar como? Faz mais de 2 meses que eu aturo essa merda e ele ao menos percebe isso, eu não aguento mais, a dor esta se tornando insuportável

— Eu já lhe disse um milhão de vezes que o garoto é um tapado, não tem como ele adivinhar que é culpa dele, não se você não falar.

— E por acaso você acha que é fácil chegar nele e dizer "Oi Richarlison, eu te amo mas estou morrendo e acho que a culpa é sua por não me amar de volta". Não fode né.

— Difícil mesmo é culpar o menino sem ele ter consciência nenhuma, como você vai saber que ele não gosta de você? Talvez tenha uma paixão e pensa que ela é unilateral.

Vejo ele se aproximar com um copo de água na mao e um frasco de remédios.

— No máximo o que ele deve sentir e pensar sobre mim é que eu seja um bom amigo de equipe, dificilmente algo a mais que isso.

Sobre as Estrelas | 2sonOnde histórias criam vida. Descubra agora