No one should be alone on Christmas

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É natal nas terras de Hogwarts. Após a guerra houve um ano de reformas que não permitiram que seus moradores fizessem uma festa decente naquele natal.

Esse ano então seria diferente. Principalmente para Harry Potter, que já tinha planejado tudo em sua mente; seus amigos iria presentear, seu namorado fazeria de tudo para alegrar. Harry estava em êxtase, ele mal podia esperar!

Infelizmente, nem sempre que é como queremos. Draco Malfoy sempre andava rabugento nessa época do ano, muita neve, muita alegria, ele se perguntava o por que de tanta euforia.

— Bom dia Draco! Feliz Natal! — Cumprimentou um professor.

Ele, com uma carranca, decidiu não responder. Que se dane o Natal, em seus ouvidos colocou algodões para poder chegar ao corujal em paz. Sem nenhuma data para saída, seu pai em Azkaban estava como inquilino. O natal só seria bom se, de repentino, ao seu lado ele estivesse. Mas enquanto esse futuro não viesse, só lhe bastava ignorar todos aqueles chatolinos natalinos.

Seu namorado, por outro lado, ia para o corujal com sorriso de orelha a orelha. Era seu último ano em Hogwarts, ele iria se formar e para o grupo de aurores entrar, estava tudo bem, Ron e Hermione finalmente iriam se casar. Não havia mais risco de morte, muito menos Lordes dos quais escapar. Pela primeira vez, ele podia ser apenas Harry e sua vida aproveitar.

Pegou no pulo Draco resmungando no corujal, os presentes de natal ele trocava sem parar.

— Esse vai pra esse, pr'aquele aquilo ali, esse Corvino nada vai ganhar, pro Lufano uma bomba de bosta para acompanhar.

Ele parecia realmente feliz em causar aquela confusão, Harry pousou gentilmente a mão em seu ombro, falando com a voz risonha:

— Draco, o que você está fazendo? Essas pessoas vão ter um natal confuso com tantos presentes trocados.

Malfoy deu de ombros, parecia não se importar.

— Natal é apenas pra isso, é sobre ganhar presentes e encher a pança. É a pior época do ano, me recuso a participar.

Os sentimentos de Harry foram machucados pelas palavras do amado, ele tinha planejado tudo para que Draco tivesse o melhor natal. É claro que nada disse para contra atacar, não pretendia dizer ou fazer algo para a situação piorar.

— Sinto muito que seu natal está sendo dessa forma, então não vamos nos ver amanhã à noite?

Draco balançou sua cabeça em um decidido não.

— Estarei no meu quarto com tampões de ouvido, não quero saber de música, nem de presentes, será uma noite como todas as outras.

Harry até tentou, mas seu teimoso namorado nem sequer o escutou, já estava batendo suas botas peludas pela escada do corujal, como que Potter, o herói, iria conseguir salvar aquele natal?

-x-

Na manhã seguinte, Harry estava triste, tudo que tinha planejado não tinha mais nenhum sentido. Draco não apareceu para o café, todos estavam correndo de um lado para o outro fazendo as últimas arrumações, o natal em Hogwarts seria especial. Todos os que estiveram na guerra iriam juntos passar a noite em alegria, coisa que nos últimos anos não se via.

Pansy até tentou ajudar Harry, mas por pouco não foi amaldiçoada. Ela disse ao Herói que Draco estava deitado e, que para nenhum barulho entrar, a cama ele deixou enfeitiçada.

— Potter, espero que entenda, Draco ainda está muito abalado pela guerra, tudo que ele passou desde criança e agora nem sabe se verá o pai novamente. Natal se tornou um feriado banal quando se já perdeu tudo. — disse Hermione durante o café da manhã.

Ela estava segurando um exemplar de O Grinch, um livro trouxa que Harry gostava muito e que por sinal, seu namorado estava parecendo um tanto com ele.

De perdas Harry sabia bem, também entendia que não era fácil se convencer de que tudo agora estava bem. Ainda havia pesadelos, havia dor e havia luto, todo dia ainda era uma batalha.

Lucius ainda estava em Azkaban, nada sobre isso Harry poderia fazer, seu depoimento ainda não tinha surtido efeito, ele tentara o problema do sogro resolver. Mas após tantos anos de corrupção, não seria fácil. Entendia a dor de Draco, mas seu pai tinha um preço a ser pagado.

A árvore do grande salão se iluminou por inteira, as luzes de natal eram o que Harry mais amava. Lembrou-se de quando morava embaixo da escada; tinha roubado um pequeno fio de luz de sua tia Petúnia, apenas para ficar olhando antes de dormir e imaginado como seria ter um natal com pessoas que ele amava. Se pudesse contar a aquele pequeno Harry tudo que agora tinha, ele responderia que era algo que nunca imaginara.

— Se milagres acontecessem, poderia cair um na minha cabeça agora. — sussurrou para si mesmo.

E como em um pedido do gênio, uma pancada na cabeça Harry levou, nada muito forte, era apenas uma carta que chegou. A coruja saiu piando tão rápido quanto entrou, e Harry nas mãos o pergaminho segurou. No remetente um nome se iluminou.

-x-

Draco estava muito enfurecido, Harry tinha lhe obrigado a sair da cama para passear em Hogsmeade.

Da sua cama preferia não sair, mesmo desejando uma caneca de cerveja amanteigada ou um chocolate quente para fazer o calor pelo seu corpo fluir.

Harry estava tão feliz que saltitava pelo vilarejo como as renas encantadas. Puxava Draco pela mão e lhe dizia que tinha o melhor presente de todos e que ele não ia ter como dizer não.

No meio da praça eles pararam, o céu já estava escurecendo e as luzes de natal estavam ficando mais fortes.

Quando Draco era pequeno, Narcissa não podia enfeitar a mansão, afinal, o que iam pensar sobre a nobre família? Eles tinham um nome a zelar, não poderiam parecer tão banais com luzes e pinheiros adornados.

Porém, a doce mãe, fazia pro seu filho um pinheiro encantado, que brilhava a noite toda, para lembrá-lo que até em dias mais sombrios o natal ainda existia para dar esperança.

— Ai! — Draco reclamou, sentindo uma pontada fina em seu coração.

— O que foi?! — Harry respondeu com preocupação.

Draco, massageando o peito, disse risonho:

— Acho que só estou voltando a ter sentimentos.

Harry uma gargalhada soltou, seu Grinch estava amolecendo novamente.

Flocos de neve estavam começando a cair, eles precisavam voltar porque a ceia já ia começar.

Harry então tirou de sua capa a carta que mais cedo tinha recebido, entregou nas mãos de Draco que não acreditava no que sua mãe havia escrito.

Narcissa dizia que não poderia estar no Natal aquela noite pois um milagre havia acontecido; o Ministério havia aceitado o depoimento de Harry e decidido que Lucius poderia voltar para casa e sair daquele presídio. Que ele ficaria cumprindo sua sentença em casa e, que no dia seguinte, Draco poderia abraçar seu pai e ter um dia de natal com Paz e Graças.

Os olhos de Draco se encheram de lágrimas, ao terminar a carta e ver todo o vilarejo cheio de luzes como o pinheirinho de natal que sua mãe fazia. No centro daquelas luzes estava a pessoa que, nem mesmo aguentando-o em seu estágio mais rabugento, duvidava que as coisas melhorariam.

— Feliz Natal, Draco. Não há nada que eu não faria por você.

Draco segurou Harry nos braços e o beijou sob os flocos de neve, rodopiando o rapaz que ria entre os beijos, quem escutava não saberia dizer se eram risadas ou doces sinos natalinos.

Um feliz natal era o que eles teriam. E depois desse, muitos outros. Que você, depois desse conto, também tenha se alegrado, que de certa forma as luzes do vilarejo tenham te iluminado e seu humor de Grinch tenha de vez, eliminado.

Feliz Natal!

O Grinch • drarry oneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora