I - Big Wings

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oi, oi, oi. então... faz muito tempo que eu não escrevo nada, e sinceramente esse é um dos plots mais estranhos e empolgantes que eu já tive e quis desenvolver. queria deixar claro que só tive essa ideia de asas e paus por causa do meu soulmate, é tudo graças a ele.

se puder votar e quiser comentar eu agradeço.

boa leitura!

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Nervoso. Jimin se encontrava extremamente nervoso. Era a primeira vez que ia para uma festa organizada por Lúcifer. Fazia pouco mais de um mês que havia morrido, chegou ao inferno após uma semana inteira no limbo.

Os dedos batucavam a bochecha pálida e gelada, olhando para o grande salão repleto de demônios das mais diversas raças, monstros e claro, anjos. Anjos com asas pretas, algumas maiores que as outras, mas nada tão grande quanto as do Tinhoso.

Sentado em seu trono de mármore, corroído por desenhos que fluíam como água, Jungkook, ou melhor, Lúcifer em todo o seu esplendor e pavor, bebia como os demais presentes ali. O rosto com maxilar travado, dedos finos e longos traçando linhas no apoio abaixo de seu braço, lábios vermelhos em contraste com as bochechas pálidas, cabelos tão escuros quanto suas asas, seus olhos variando entre o preto e o vermelho vivo.

— Cuidado, vai babar. — Taehyung disse, rindo da expressão do recém chegado ao olhá-lo.

— Babar por quem, idiota...

— Desde que você chegou, não para de olhar para as asas do Senhor. — Falou ao bebericar mais um gole de vinho, terminando sua décima taça, sentindo o gosto amargo infestar sua boca e descer por sua garganta.

Jimin chiou baixinho, revirando os olhos enquanto comia uma das uvas colocadas na mesa. Ninguém ali precisava comer ou ficava realmente bêbado, mas era divertido imitar a forma como humanos festejavam, e causava uma sensação diferente em quem um dia foi um.

— Não estava olhando para elas. Por que olharia? — Perguntou desviando o olhar uma vez em direção onde estava antes, vendo as asas farfalharem discretas. Sentiu uma leve vontade de saber o quão alto elas poderiam voar, e o quão verídico era o boato que corria no submundo.

— Você é um péssimo mentiroso, prostituta Park. Como sobreviveu tantos anos nesse ramo? — O Kim zombou, recebendo um soco forte do mais baixo, que chamou a atenção de alguns dos que estavam na mesa. Taehyung riu. — Sei muito bem porquê você olharia para aquelas asas. É o mesmo motivo pelo qual ficou tão assustado vendo as minhas.

No mundo composto por céu, limbo e inferno, funciona assim. As asas definem o quão bem dotado um anjo é. Dizem que alguns homens não conseguem nem mesmo levantar voo por conta disso, são fadados a serem a piada do submundo. No céu, ninguém comenta nada, é claro.

Quando acordou rodeado por terras vermelhas e monstros voando por todos os lados, Jimin quis morrer. Irônico, afinal, essa sua vontade o fez estar ali. Suas asas de longe não eram as maiores, mas eram grandes o suficiente para o fazerem levantar voo, não tão alto quanto gostaria, mas o bastante para levá-lo a conhecer seu novo mundo junto a seu guia, Taehyung.

o Kim era o segundo anjo com as maiores asas do submundo, havia chegado no submundo há dez anos. Em vida, foi um fotógrafo renomado, que por trás das câmeras vendia drogas e causava a morte de muitas pessoas. A mídia só soube de sua verdadeira face meses após sua morte, mas o júri celestial não demorou nem mesmo uma hora humana para jogá-lo a Lúcifer.

— Taehyung… não querendo saber de nada, mas… isso é verdade? — O Park olhou para o anjo, brincando com uma uva a rolando sobre a mesa.

— Eu te mostro se quiser. — Falou simplista, rindo alto quando o mais novo engasgou. Bateu levemente nas costas dele para acalmá-lo, vendo os olhinhos arregalados em direção a si. — Estou brincando. Olha, não sei ao certo, não vi o pau de mais ninguém além do meu desde que cheguei aqui. Mas sem querer me gabar, ele não é nada na média…

— Park Jimin. — Todos no salão se calaram, estáticos olhando em direção a Lúcifer.

Jimin por um segundo sentiu que seu coração voltaria a bater. Ajeitou a postura e olhou em direção ao Senhor, arrumando discretamente os cabelos brancos desgrenhados e deixando suas asas alinhadas. Em quase um mês ali, ninguém além de Taehyung havia dito seu nome. Era preocupante que a segunda pessoa a dize-lo fosse logo Ele.

— S-Sim, meu Senhor. — Disse, limpando a garganta ao gaguejar e apertando a roupa que usava entre os dedos.

— Órfão aos quinze, prostituta de boate aos dezessete, viciado em cocaína aos vinte, ladrãozinho de relógios caros e… — a voz ficou mais próxima, e em um segundo o anjo estava a sua frente, com os olhos em completo escarlate, as pupilas dilatadas e um sorriso divertido nos lábios. — Suicida aos vinte e seis.

Silêncio. Era tão alto que chegava a ser irônico. Jimin ouviu tudo atentamente, mas não conseguiu pensar em nada. Sua mente tão vazia quanto o salão parecia estar. Depois de chegar ao limbo nada de sua vida estava em sua memória, a não ser pequenos flashs de seus pais. Não eram as melhores lembranças para se guardar, mas ao menos a parte de sua mãe valia a pena forçar a ficar.

Prostituta. Viciado. Ladrão. Suicida. Então era isso que havia sido? Parando para pensar, o que esperava? Estava no inferno. Professor do jardim de infância não fazia muito seu estilo, pelo visto.

— Saiam. A festa acabou. — Disse firme, a voz grossa ecoando por todos os cantos daquele lugar.

O Park levantou para sair junto a Taehyung, mas travou sem entender o porquê. Seu corpo não se movia, e quando se deu conta, ninguém mais estava ali além de si e de… Jungkook.

— S-Senhor…

— Você não, Jimin. Você… — murmurou, sorrindo com os olhos brilhando de uma forma que nunca haviam feito. As asas arrastavam no chão, como o véu de uma noiva ao entrar na igreja. Não… eram mais bonitas. — Você fica.

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se você chegou até aqui saiba que eu já te considero muito kkkkk
até o próximo capítulo!

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⏰ Última atualização: Dec 25, 2020 ⏰

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