S/n P.O.V
21:39⌚Eu andava pelas ruas tranquilamente a caminho de casa, hoje eu estava um caco após minha aula da faculdade. As ruas estavam vazias e calmas, não notei nenhuma ronda policial que costumava passar por aqui a esse horário. Sendo filha de um investigador, eu estava habituada a ver e acenar para policiais desde a infância, era perigoso, mas também era divertido. De repente sou acordada dos meis pensamentos quando sinto uma garota esbarrar em mim, ela parecia desesperada, tão desesperada que perdeu o equilíbrio tropeçando nos próprios pés. Gentilmente vou até ela e coloco minha mão em seu ombro.
— Moça, está tudo bem?- Ela se assusta com o meu toque e se encolhe, mas depois se acalma ao olhar o meu rosto. Paraliso por alguns segundos analisando o seu rosto, e então estranhamente sinto que a conheço.-
— Sai daqui, é perigoso...- Fala baixo pra mim, e eu apenas continuo confusa, tentando lembrar de qual era o seu nome. Seu comportamento estava estranho e desesperado, quase como se estivesse tendo uma crise de pânico.-
— Está tudo bem! Eu te ajudo.- Tento segurar a sua mão mas ela se nega e levanta de uma vez parando em minha frente com uma expressão perdida no rosto, eu engulo em seco e respiro fundo tentando me adptar a essa sequência de fatos.-
— Você não pode me ajudar...- Ela olha para baixo começando a chorar, o que me deixou mais nervosa e então sinto minha mão tremer tentando tomar algum movimento, mas não consegui. Agora que prestei atenção em seu rosto, consigo me lembrar claramente de quem ela era. Era a Mina! Uma amiga minha de muito tempo atrás, fazia tempo que eu não havia pois ela tinha se mudado e perdermos o contato, estou surpresa que ela pareça tão transtornada assim.-
— Mina…É você?
— S/n?- Ela levanta o rosto que estava vermelho e encharcado de lágrimas e olha pra mim, meu peito dói se de ver ela dessa forma.-
— Sim sou eu!- A abraço com força e ela chora ainda mais, não acredito que a encontrei assim nessa situação. Ela sempre foi a mais calma e tranquila dentre todas nós, ver ela em um estados de nervos é uma surpresa que nunca pensei em ver.- Mina você não parece bem, deixe eu te ajudar de alguma forma!- Ela nega com a cabeça e enxuga as lágrimas com as mãos trêmulas, estendo minha mão e também enxugo as lágrimas de seu rosto que insistiam em cair.-
— S/n, você não pode mudar nada...Por favor não faça nada apenas se esconda ali atrás por favor...Eu te imploro...- Chora novamente soluçando enquanto aponta para uma grande lata de lixo. Faço uma expressão confusa, mas mesmo assim sigo o seus sinais e me escondo atrás da lata de lixo. Mesmo com vários sacos na minha frente ainda conseguia ver ela e algumas partes da rua deserta e escura, o que está acontecendo com minha?-
Ela se senta no chão e continua chorando parecendo desolada, o que me faz querer ir até ela e a proteger assim como ela sempre fez comigo, mas me contive. Eu continuo fazendo o que ela indicou mesmo muito preocupada. De repente, vejo um carro preto se aproximar do local e um cara desconhecido desce muito alterado do carro, quando ele bateu a porta eu até estremeci. Logo depois dele desceu uma mulher que parecia mais calma, e tinha uma cara que não parecia ter emoção nenhuma.-
— Sua vagabunda! Pensou que ia se esconder por muito tempo?- Me assusto com a fala do homem, mas permaneço quieta. Ele puxa a Mina pelos cabelos fazendo ela ficar de pé, mesmo que ela gritasse era como se fosse nada. E a outra mulher continuava parada de braços cruzados como se nada tivesse acontecendo.-
— Por favor....Me deixa ir em paz! Eu juro que não conto nada! Eu juro!- Ela implorava desesperada sem parar de chorar, pude sentir meu coração pular uma batida. Esse cara continuava puxando o cabelo dela, e quando ele deu um tapa na cara dela fiquei ainda mais horrorizada.-
— Cala a boca!- Ele grita e dá mais um tapa no rosto dela. Muito nervosa, eu começo a chorar também, só que bem baixo. A situação era ridícula e desprezível. Eu queria ajudar, mas não conseguia…Estava paralizada.-
— Acaba logo com isso.- Agora, fala a mulher que se encontrava encostada na parede, ela pega um cigarro do bolso da jaqueta junto com um esqueiro e acende. Como ela podia ter tanta frieza nessa situação? Pergunto a mim mesma enquanto tentava memorizar o rosto daquelas duas pessoas.-
— Jennie por favor me ajuda...- Mina murmura olhando para a mulher que apenas a devolveu um olhar despreocupado. Jennie, esse nome me lembrava alguém também. Por estranho que pareça eu estava encontrando pessoas que conhecia...-
— Você que lide com as consequências.- Ela vira as costas pra Mina soltando uma tragada de fumaça e olha para os lados conferindo se na rua não tinha ninguém passando.-
— Agora você quer pedir socorro né?! Depois de fazer suas merdas você quer socorro?- O cara joga ela no chão e eu boto as mãos na boca apavorada tentando me controlar pra não fazer nenhum barulho. "Por favor não faça nada apenas se esconda ali atrás por favor", me lembro das palavras de Mina e continuo parada mesmo querendo ajudar. Ele sem piedade alguma começa a chutar ela, eu fecho meus olhos na esperança que aquilo fosse um sonho...ou melhor, um pesadelo. Fico apenas escutando os gemidos de dor dela, e não sei se era pior, ouvir ou ver.-
Quando ela para de fazer qualquer barulho abro os olhos e vejo ela no chão cuspindo sangue e o tal homem respirando fundo olhando pra Mina como se fosse qualquer saco de lixo. Ele se agacha e puxa ela pelo pescoço fazendo consequentemente ela se ajoelhar também. Rapidamente ele tira uma faca e começa a esfaquear-lá. Eu fecho os olhos novamente e tento conter os soluços que eram quase impossíveis de segurar, estava tão nervosa e assustada que tinha medo de que eles pudessem escutar o meu coração bater. Pensava em gravar a cena ou tirar foto daquelas duas pessoas, mas estava tremendo tanto que poderia até derrubar o celular.-
— Acaba logo com isso antes que a ronda passe!- A tal Jennie alerta aquele desgraçado e então ela joga o cigarro no chão, o pisando para apagar. Abro os olhos para olhar a situação e eu me arrependo de ter feito isso. Vejo Mina no chão com uma poça de sangue debaixo dela, o tal cara, que nem deve ser considerado pessoa, se levanta normalmente e analisa Mina pela última vez.-
— Quem mandou tentar nos enganar...Sua vadiazinha de merda.- Olha pra ela com desprezo e cospe no chão antes de virar as costas e guardar a faca novamente. Ele volta para o carro junto com a Jennie, que logo se vai em menos de um minuto. Depois que tenho certeza que eles se foram, vou até Mina me rastejando.-
— Mina...Mina me responde...- Balanço ela me sujando com um pouco de sangue. O sangue não era importante no momento, o importante era a vida da minha amiga.-
— S/n...- Fala baixo e quase sem forças nenhuma.-
— Aguenta Mina, eu tô...tô chamando a ambulância!- Pego o celular tremendo e disco o número da emergência. Falo o local onde estamos e depois de desligar volto minha atenção a Mina.-
— Esquece...Não vai dar tempo...Apenas grave o que...Eu vou falar...- Segura meu pulso e eu começo a chorar de novo. Eu sentia que ia desmaiar agora mesmo, mas eu não podia, tinha que dar assistência à ela.-
— C..Certo..Pode falar!- Pego meu celular tremendo e me preparo para gravar tudo que ela iria falar.-
[✩]
Feliz Natal meu povo🎄❤
XOXO❤🎄
• Data de escrita: 25/12/2020;
• Hora: 01:05
• Revisado: 13/11/24
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Criminal Love
FanfictionS/n testemunhou a morte brutal de sua amiga do passado, Mina. Antes de morrer, Mina deixou provas cruciais sobre a misteriosa "organização" que a matou. Agora, cabe a S/n vingar sua amiga e expor a verdade. Mas o choque não termina aí: sua outra ami...