Capítulo único - Amar sozinho

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Sentado em uma das mesas daquela livraria eu tentava entender o porquê ela tinha se ido. Meus olhos pesavam com lágrimas amargas, no qual eu não queria sentir o gosto, muito ruim, muito e muito!

Enxuguei as lágrimas grossas que caiam sobre meu rosto e as folhas do livro. Ah! Seria doloroso saber que quem você ama não te corresponde, mas no fundo você já sabia que iria dar.

A verdade estava escondida no seu pensamento, no seu olhar, nas batidas do coração. Você sabia que ela iria embora com outro. Talvez ela seja mais que merecedora de ter alguém com status, o perfeitinho, bonito e disputado pelas outras garotas.

Nunca olharia para um jovem desastrado, sabe aquela pessoa que coloca a mão em cima de um monte de areia e ele desaba? Sou eu.

Não entendo por que minha sorte foi tirada de mim de maneira tão idônea.  Mas entendo que Rin Nohara deveria ser feliz com quem ela quiser. Talvez... Talvez um dia eu possa dizer que a amo, meu coração erra as batidas quando a vê, seus fios castanhos, o olhar brilhante e o sorriso! A coisa mais linda do mundo!

Eu, estou muito emocionado quando se trata dela, apesar de não ser notado como um amante para ela, ainda continuo sendo seu melhor amigo, ela faz isso comigo.

Rin começou a namorar há algum tempo com Kakashi Hatake. Eu o conheço, desde criança para ser mais exato, ele era um dos meus rivais perfeitinhos, e agora se tornou um dos grandes rivais para a vida.

Olha o que estou dizendo! Deve ser a mágoa do meu coração desmanchando minhas tristezas sobre um coração turbulento e apaixonado. Eu vou me tornar amigo de Kakashi Hatake, apesar disso, não preciso me meter em briga por causa de Rin. O que adiantaria? Além disso, só causaria problemas e iria ser mal falado na faculdade, já me basta as baixas notas, sem contar  o que meu Tio Madara iria dizer a mim?

Tenho que aprender ser adulto, já tenho idade o suficiente para isso, não posso me deixar levar por hormônios de adolescente, brigar por mulher está fora dos meus requisitos, iria gastar meu tempo e aquele precioso sorriso de Rin... Eu o perderia, seria como uma facada... Não! Várias facadas no meu coração eu posso perder tudo, menos ela e sua felicidade.

Meditando nessas palavras e com meu olhar ainda pesado e irritado pelas lágrimas, senti um toque no meu ombro. Olhei e vi uma face preciosa, Rin estava sorrindo, mas este murchou quando viu meu rosto.

— O que houve Obito? Parece triste, tem algo acontecendo?

Deixei o ar tomar meus pulmões, e soltei o suspiro, Rin ainda parecia preocupada com meu estado, eu não estava feliz com isso, preocupação para ela era a última coisa que eu queria que ela sentisse no mundo, depois de ser rejeitada claro, este último eu entendo muito bem.

— Eu estava lembrando-se de uma coisa e comecei a chorar — Limpei com a manga do moletom uma lágrima solitária, tentei disfarçar minha angústia. — Mas estou bem, não se preocupe.

Ergui meu corpo ficando em pé, peguei o livro que lia, coloquei na bolsa enquanto a morena me olhava sem palavras, apenas me observando, comecei a me sentir incomodado, porém nada disse.

Sai da biblioteca um tanto calado, ela também parecia estar quieta. Caminhamos em silêncio para a minha casa, o pôr do sol pintou todas as nuvens de lilás e laranja, senti que iria escurecer logo, e ficaríamos na penumbra, apenas iluminados pelas lâmpadas velhas do bairro.

Enquanto eu olhava para o pôr do sol ela segurou minha blusa, parei de andar e a olhei.

Minha amiga estava fitando o chão, seu olhar melódico encontrou com os meus, percebi que queria dizer alguma coisa, mas não tive força de perguntar, ainda estava muito magoado com ela, Rin havia ficado muito tempo com Kakashi e sabia que éramos rivais de infância, isso teve um corte na nossa amizade.

Amar sozinho - One - ObirinOnde histórias criam vida. Descubra agora