Oii! Antes de começar a história, queria dizer que ela foi um presente pra Lanis, pessoa que eu tirei no amigo secreto e admiro absurdamente. Te amo, feliz Natal (super atrasado)
Se você me perguntasse, eu diria que não - não vale a pena se declarar para a menina que você pensa que gosta no dia anterior à véspera de natal. Mesmo que toda a comoção de sair do ensino médio e os slides com músicas bregas te façam acreditar que "só se vive uma vez" e que você não tem nada a perder: não acredite. Digo pois foi exatamente isso que me levou ao momento atual, obrigado a trabalhar em uma cafeteria de bairro mixuruca no dia de Natal.
Ok, agora você deve estar se perguntando: "o que a menina tem a ver com essa história toda?". Eu te explico: tudo começou com meus colegas de turma, que fielmente acreditavam no meu hipotético futuro com Lindsey Ballato - uma menina popular que eu de vez em quando conversava. Se não fosse por ela, eu não teria surrupiado flores do canteiro em frente à escola e pateticamente me declarado. Assim, evitaria ouvir a risada debochada seguida de um "Não é você, sou eu", que sempre achei só ser utilizado nos filmes.
A última parte, e talvez a mais importante, não foi exatamente culpa de Lindsey, mas sim da minha frustração - que me fez chutar a lataria de um carro aleatório estacionado próximo ao colégio. O problema de tudo isso foi que o automóvel não era de um cara qualquer, mas sim do Senhor Ramirez, que possuía não somente um bigode nojento, mas também uma empresa fornecedora de café, a qual meu pai precisa manter contato para abastecer a cafeteria de bairro mixuruca que ele administra.
Sim, a mesma cafeteria em que eu me encontrava agora.
O resumo da ópera foi que eu saí da situação humilhado, com o pé machucado e uma sentença de morte: trabalhar no café durante a noite de Natal. Nada disso, claro, foi decidido depois de eu passar na casa de Ramirez para me desculpar.
"Tudo bem filho, você não tem força pra amassar essa belezinha", o velho, ou melhor, o bigode disse - já que este compunha 80% de sua face.
Além de uma garota popular e outros adolescentes, eu também fui humilhado por um idoso que cheira aos cigarros que fuma escondido da esposa. Só fica melhor.
Mesmo com as desculpas aceitas, não houve argumento que convencesse meu pai a me liberar do castigo; possivelmente por esta ser a desculpa perfeita para evitar pagar hora extra a mais um funcionário. Engenhoso, Donald.
De qualquer forma, aqui eu estava, mais atrapalhando que ajudando, a tomar pela expressão irritada do meu "colega de trabalho" do dia.
- Vamos, Gerard, a gente precisa dessas xícaras pra hoje! - Reclamou.
Frank Iero, como informava no quadrinho pendurado na frente da loja, era o funcionário do mês (e também do ano, já que ele nunca saía desse posto). O cara era a definição de esforço, sonho de qualquer empregador. Eu, honestamente, sempre achei ele um pouco intimidante, justamente por ser motivo de comparação toda hora "ah, o Frank é um ano mais velho que você e já faz faculdade, não se atrasa nunca, já você...". No entanto, ele tinha olhos tão lindos e uma aura estranhamente aconchegante que eu estaria mentindo se dissesse que não ansiava pelos dias que podia trabalhar com ele.
De todo modo, o rapaz era um perfeccionista de 1,68, sempre com o uniforme certo e o único que tinha coragem para chamar atenção do filho do chefe. Ele me apressava enquanto eu entregava as xícaras vagarosamente, irritando-o. Ele precisava delas para fazer o café com leite mais apreciado da cidade (Fonte: vozes da cabeça de Donald) que, sempre que Iero estava na escala, vinham com lindos desenhos. Nem crescendo ao lado daquelas máquinas, eu fui capaz de aprender essas coisas.
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Previsão do Tempo [FRERARD]
RomanceOnde Gerard, filho do dono de uma cafeteria, é obrigado a ficar trabalhando na véspera de Natal junto ao funcionário do mês invicto Frank Iero. Eles poderiam superar um dia trabalhando em conjunto, se não fosse uma inconveniente previsão do tempo. ...