breaking of the virtual barrier

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A campainha tocou insistentemente.

Uma vez.

Duas vezes.

Três vezes.

O som repetitivo reverberava pela madeira agastada da porta, irradiando por toda a sala. O toque da campainha acompanhando as batidas frenéticas e insistentes.

Um minuto.

Dois minutos.

Três minutos.

As batidas continuavam, ecoando pela casa vazia. O toque, outrora agradável, agora soava detestável, um incômodo crescente a cada repetição.

Dobrando as mangas até os cotovelos, ele se levantou com um suspiro cansado. Cada movimento era lento e pesado, como se o corpo resistisse a deixar o conforto do sofá. Arrastou-se até a porta, cada passo aumentando a sensação de desconforto. A ansiedade formava um nó em seu estômago enquanto olhava pelo olho mágico. A visão distorcida não revelava muito, apenas uma figura indistinta esperando do outro lado.

— O que faz aqui? — Zayn perguntou, tentando ao máximo manter a expressão imparcial.

Uma rajada de vento trouxe consigo o cheiro forte de tinta fresca, invadindo seus canais nasais e amargamente lembrando-o da situação da área externa de sua casa, marcada por vandalismo recente.

— Você sabe o que vim fazer aqui. — Declarou Louis, cruzando os braços na altura do peito. — Sabe muito bem, filho da puta.

Zayn engoliu em seco, reprimindo um sorriso amargo. Não bastava as pessoas jogando tinta vermelha nas paredes de sua casa, as pichações em suas janelas onde a palavra "assassino" repetia-se incontáveis vezes, as dezenas de horas que precisou ficar em interrogatório na delegacia, as ameaças de morte e a proibição de sair da cidade. Ainda tinha que aturar Louis Tomlinson constantemente em sua porta.

— Louis, o que está fazendo comigo chama-se perseguição. — Abriu a porta para aparecer aos olhos do outro de corpo inteiro. — Não pode continuar vindo até minha porta desse jeito.

— Como tem coragem de dizer que eu estou o perseguindo, seu asno?! — Louis exclamou, a raiva fervendo em seus olhos.

— Eu já provei minha inocência, e mesmo assim você continua vindo até mim para me acusar de algo tão bárbaro. — Zayn esclareceu, molhando os lábios, tentando manter a calma.

— Você não provou sua inocência! — Louis cuspiu, a voz carregada de ódio. — A polícia só não encontrou nenhuma prova que o incriminasse pelo desaparecimento de Harry, você continua sendo o principal suspeito! Eu sei que foi você!

Ele empurrou a porta, invadindo a casa com uma fúria quase palpável.

— Quero que saia da minha casa, caso contrário, chamarei a polícia. — Zayn informou, seus olhos seguindo cada movimento agressivo de Louis pela sala.

— A polícia? — Louis zombou, cravando os olhos furiosos nos castanhos de Zayn. — A polícia sabe que você está envolvido no que aconteceu. Eles o odeiam tanto quanto a família e os amigos de Harry. É óbvio o motivo pelo qual eles não atendem seus chamados quando você se queixa sobre alguém estar vandalizando sua propriedade.

— Saia da minha casa, Tomlinson! — Zayn estufou o peito, as mãos apertadas em punhos, a tensão irradiando de seu corpo.

— Isso só vai acabar quando você contar o que aconteceu com Harry. — Louis ameaçou, cravando os pés com mais força no piso, seu corpo inteiro vibrando de raiva. — Basta um passo em falso para pegarmos você.

ENMITY REQUESTOnde histórias criam vida. Descubra agora