O Poder da Torta

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KABUM!

Esse era o som estrondoso que vinha dos céus. O rugido de leão (ou melhor, o baita do trovão), indicava a tempestade de verão que viria. Corra pras colinas, vai chover!

As pessoas apressaram o passo na rua. Mas espere, há um diferentão entre os ares da noite. Ele está pouco se importando. Se for pra casa, vai se molhar mesmo. Buraco é o que não falta no telhado do seu barraco!

Esse aí, colega, se chama Brick. Esse mesmo, o Desordeiro líder da trupe de baderneiros mais desimportante/irritante de Townsville.

O ruivo andava — despreocupado — pela calçada de pessoas sacando guarda-chuvas da bolsa. Ele suspirou: que saco ter que voltar praquela casa imunda, com um Macaco Louco que acha que é uma mãe maravilhosa. E tendo que aturar dois irmãos trolladores que não cansam de encher o saco.

Diz: O que ele fez pra aguentar isso?

Então Brick começou a caminhar mais lentamente. Mesmo que a luz dos postes daquela rua não funcionasse muito bem. E qualquer um que passasse por ali tivesse com um baita cagaço de ser roubado.

Assim, seus passos eram a única coisa que ecoava pela escuridão. Pelo menos foi isso o que ele pensava antes. Quando ouviu uma segunda coisa fazendo barulho. Parecia um... choro? Sim, um choro! Bem baixinho, mas audível.

Brick ficou com a pulga atrás da orelha. Que coisa mais estranha!

Ele continuou caminhando. Como se nada tivesse acontecido. Até porque deu até um medinho agora. Mas à medida que andava, mais alto ficava. Alguma coisa de errada com certeza não estava certa!

De repente, ele parou. E olhou para um beco escuro que mal dava para ver qualquer coisa num raio de 5 metros. Tinha uma pessoa ali. Pelo menos aquilo o Desordeiro conseguia ver na escuridão.

Havia umas latas de lixo. Havia um mini poste em que a luz mais ficava apagada que acesa. Havia uns bichinhos que vez ou outra passavam no chão também. Urgh, totalmente repugnante!

Mas também tinha uma pessoa. Uma garota.

Cabelos vermelhos como o sol, rosto de princesa que na verdade não é nada gentil e que não costumava ficar magoada daquele jeito.

Ele não tinha dúvidas, essa era a...

— Blossom...? (???) — Brick estava entendendo vários nadas.

O que ela estava fazendo ali? Ainda mais num lugar imundo como aquele. Com certeza não seria um ambiente legal pra uma dondoca que nem aquela ruiva

— Quê...? — a garota em questão paralisou. — Brick...?

O garoto se impressionou. Nunca na sua vida inteirinha viu a líder das Poderosas Blossom com olhos inchados de quem chorou muito. Era óbvio. Ela tentou disfarçar. Limpando com suas mãos as lágrimas que insistiam em brotar.

Falhou, coitada.

— Mas o quê...? — ela não conseguia controlar sua voz embargada.

Nem em um milhão de anos ele pensaria que veria a menina naquela situação.

— O que você está fazendo aqui? —Brick tinha tantas perguntas. Confuso, ele decidiu começar com a mais fácil de ser respondida.

A ruivinha virou a cara.

Apesar da trégua com os Desordeiros, a última coisa que queria era um Brick intrometido. Não eram amigos. Nunca foram. Estavam mais pra inimigos. Mas até que depois que deixaram de fazer merda pela cidade, eles não pareciam mais tão chatos.

Gostinho de MorangoOnde histórias criam vida. Descubra agora