Avatar: A Lenda de Bai

Livro Um: Independência

Prefácio

 Não é minha primeira vez escrevendo temas auspiciosos, mas esse é uma grande aposta. O mundo de Avatar é vasto e minha intenção é utilizar o conteúdo dele fielmente, apesar de não seguir a linha do tempo oficial da animação. Ainda assim, a Lenda de Bai servirá como um grande prelúdio para um ciclo Avatar completamente novo e uma série de novos livros, todos não canônicos infelizmente.

 Mas afinal, quem é Bai? De onde ela vem? E por quê ela é o foco? Bem, o livro é de Bai Suzhen e ela é o Avatar, simples assim. Bai é o segundo de um novo ciclo, vivendo em um mundo pós-apocalíptico onde humanos e espíritos se odeiam, mesmo que o maior inimigo não venha do Mundo Espiritual, pelo menos não mais. Ela mora no Reino da Terra contra sua vontade, já que sua experiência lá não é uma das melhores, e isso incita sua bravura ainda mais. Uma hora ou outra, ela vai se livrar de suas amarras, e o mundo conhecerá o novo Avatar.

 A ideia é que a Lenda de Bai deixe lacunas que possam ser preenchidas futuramente ou por acontecimentos canônicos que ficarão subentendidos. É uma história concisa de aventura e romance que ninguém nesse mundo pode parar, porque o carisma do novo Avatar contagia qualquer um. E não há pessoa melhor para explicar essa nova ambientação senão a própria Bai, portanto:

A Lenda de Bai

  Vivemos uma vida superficial hoje em dia. Dez mil anos da humanidade foram consumidos pelas trevas, e quando finalmente aparece um Avatar para acabar com tudo isso, as quatro nações preferem viver em função delas mesmas da sua maneira mais primitiva. Eu sinceramente acho que os feitos de Kolaq foram em vão, mas se eu disser isso para alguém seria apedrejada.

 Terra. Fogo. Ar. Água. Há cem anos atrás, todas as nações se uniram à Kolaq quando descobriram que o guerreiro mais valente da Tribo da Água era o Avatar. O primeiro em dez mil anos, e a única esperança para parar Vaatu e seus espíritos malignos. É claro que depois de tantos anos reprimida, a humanidade não perderia essa chance, mas quando Kolaq demonstrou seu primeiro sinal de fraqueza, todos o abandonaram. Ainda assim, Kolaq foi longevo; vocês acreditam que ele morreu aos cento e dez anos? É praticamente um fóssil.

 Era certo que o mundo iria progredir depois de Kolaq colocá-lo nos trilhos por quase cem anos, mas as coisas nem sempre vão como nós imaginamos. Enquanto o Avatar ia envelhecendo, a Nação do Fogo se armava para a aniquilação espiritual e a Nação do Ar ia contra essa insurgência. Depois da morte dele, as duas Tribos da Água se separaram em Norte e Sul, e pelo Polo Norte ser a casa de Kolaq, eles querem assumi-lo como um patrimônio e se apropriar do Polo Sul. Todas essas três nações estão em guerra, mas uma em especial consegue se superar: o Império da Terra.

 Depois da água vem a terra, e sabendo disso, o Imperador Bohu criou campos de concentração ao longo de todo o Império da Terra até achar o novo Avatar. A ideia é que o novo Avatar crescesse sem livre arbítrio, como um dobrador de elite que respondesse somente à Bohu. Eu não desejaria isso para ninguém, e por falar nisso, meu nome é Bai Suzhen. Já sou uma mestra da dominação de terra aos onze anos, mas ninguém acredita e eu não faço questão de insistir. Se eu cair nas mãos do imperador, me tornaria uma escrava, e não quero isso. Meu objetivo é me tornar o Avatar. Na verdade... Eu sou o Avatar.