Um Sonho de Natal [DEGUSTAÇÃO]

| Capítulo Quatro |

Eu volteiiiiii .. Mais um capítulo especial para vocês!

Abri meus olhos sentindo um dos braços de Henry em minha barriga e me permiti sorrir ao vê-lo em um sono tranquilo. Não duvido que ele tenha esperado eu dormir para vir deitar em minha cama. Conversamos muito sobre ele tentar dormir em seu quarto, e no início foi muito difícil, para ele e para mim também. 

Desde seus dois anos, Henry começou a ter muitos pesadelos e chorava a ponto de provavelmente a vizinhança inteira ouvir, então eu sempre ia até seu quarto, o pegava no colo tentando acalma-lo e levava meu pequeno para meu quarto. Isso acabou virando uma rotina, que há alguns meses trabalhamos para mudar.

A questão dele não era o quarto em si, mas a companhia, afinal, eu sempre precisei fazer algumas viagens que não poderia leva-lo, e ele só dormia se a tia July dormisse com ele. Meu filho nunca gostou de dormir sozinho e no processo de fazer o pequeno dormir em seu quarto, eu o colocava na cama esperando dormir e ficava alguns minutos esperando para ter certeza de que poderia me recolher. Parece que na noite passada essa tática não funcionou 

Tirei seu braço com cuidado e segui para o banheiro. Aproveitei o banho para repassar em minha mente as reuniões que teria durante o dia e fiz uma nota mental de pedir July para ficar com Henry, pois não teria horário para chegar. 

— Bom dia Mary. Tudo bem? — depositei um beijo em sua cabeça ao adentrar a cozinha.

— Bom dia meu menino. Tudo em ordem e tenho boas notícias. — Mary sorriu animada e terminou de colocar a mesa do café da manhã. — Consegui a chef, que por acaso é minha sobrinha, se tiver tudo certo para o senhor ela vem hoje mesmo.

— Que ótima notícia Mary, eu lamento muito perder você, mas a sua saúde é muito mais importante. — coloquei o café na xícara tomando um gole em seguida.

— Sentirei muita falta de cuidar de vocês, mas com a idade avançando, não tenho a mesma saúde de 10 anos atrás. Minha sobrinha mesmo de longe foi à pessoa que mais incentivou minha aposentadoria. 

— Ela está certa. Às vezes é necessário dar uma freada e perceber o que acontece a nossa volta e cuidar de nós e das pessoas que amamos. — lembrei-me da conversa que tive com a professora de Henry, evidenciando meu descuido com os sentimentos do meu filho. — Henry tem estado estranho ultimamente e eu não percebi. Foi necessário que a professora sinalizasse para mim.

— Ah querido, a vida não é só trabalho, temos pessoas que nos amam e se importa conosco. — engoli em seco sua fala e a vi sentar a minha frente pronta para prosseguir — Para minha sobrinha não está sendo fácil voltar para Seattle, ela só veio por minha causa, pela preocupação com minha saúde, e mesmo que eu fique muito feliz por isso, dói muito vê-la em um dilema interno, pois a criei como filha. Eu rezo todos os dias para que ela encontre novamente a felicidade nesta cidade.

— Você fala dela com tanto amor. Seja o que for vocês irão superar juntas. — disse pegando a sua mão.

— Sim, acredito muito. Obrigada, tenho certeza que trabalhar aqui vai ser ótimo para ela. Sou suspeita para falar, mas ela é talentosa demais e tem mãos de fada. — deu de ombro e achei graça de seu comentário.