Tudo permanece

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Os graus estavam perto dos 30, e o Verão ainda nem tinha começado, mas já se anunciava que ia ser quente. No carro onde Solar viajava com a sua mãe a conduzir e com a sua irmã o ar condicionado diminuía aquele calor. Mas sempre que fazia uma paragem em postos de gasolina para abastecer o carro e seus estomago, quando o primeiro pé saia do carro elas achavam que iam derreter.

E quanto mais se afastavam da cidade de Seul mas quente parecia ficar. Estavam a sair da cidade para ir para uma pequena Vila bem longe da cidade onde Solar dizia que tudo acontecia. Ela não estava feliz com a ideia de passar seu Verão na casa da tia, como a sua mãe não estava feliz com as atitudes de Solar.

-Podíamos ter apanhando o comboio. – Solar murmurou de testa encostada no vidro da janela. – Mas claro vocês preferem me ver sofrer.

-É a casa da tia, depois do que fizeste podia ser bem pior. – Sua irmã avisava olhando o mapa no banco da frente ao lado da sua mãe, dando-lhe indicações junto com o GPS, tentando perceber o melhor caminho e o mais rápido.

-Vou ficar sem o meu computador, sem o meu IPhone 11 pro Max, sem o meu IPad e sem o meu IPods...

-Tu estás de castigo...- Sua mãe falava calma com os olhos na estrada vendo por seus óculos e por cima deles. – Não te esqueças disso.

-E vou ficar enfiada então na terrinha na casa da tia pobre no meio de gente idosa, com uma prima adotada deficiente...

-Não chames a Wheein de deficiente. – Sua irmã pediu tentando ter calma. – Ela está de cadeira de rodas por um acidente.

-Não importa...- Solar falava com nojo. – Para mais aquela mulher é uma lésbica.

-Sabes maninha...- A irmã mais velha olhou para trás para poder olhar Solar. – Essa tua homofobia as vezes é um pouco exagerada, demais, como se escondesses algo.

-Eu tenho namorado...- Riu ridicularizando aquelas palavras. – O meu namorado é hot, ao contrário do teu.

-E um drogado, diferente do meu. – Provocou.

-Apenas parem...- A mãe pediu vendo que se aproximavam do destino. – E Solar por favor aguenta a tua língua estando na casa da tua tia, que não é pobre vive de modo modesto por sua escolha e mesmo que fosse como tu dizes pobre, ela merecia respeito, todas as pessoas merecem respeito.

-Humhum. – Solar murmurou revirando os olhos mas se assustou quando o carro parou e sua mãe a olhou.

-A tua tia está me a fazer um favor, porque eu não sei o que mais fazer contigo, tu saíste de férias mais cedo mas sabes muito bem que o diretor da escola te queria expulsar depois de saber que andavas a vender droga com as tuas amigas, para não dizer que quase tiveste um acidente de carro com o teu namorado e quase se mataram, e se tu minha menina não estás presa é porque eu me esforcei muito...- Seu tom de voz ia aumentando a cada palavra. – Então para de ser pouco agradecida, vais ficar com a tua tia e repensar nas tuas atitudes.

Solar não respondeu deixou-se estar quieta em seu lugar, e também não teve de esperar mais até chegarem a casa da sua tia. A aldeia parecia calma como Solar esperava, há anos que ela não ia ali, pouco ou nada se recordava sobre aquele lugar. A maioria das casas tinham jardim, havia pequenas lojas eram um lugar demasiado parado para alguém como ela.

-Irmã. – Solar ouviu o grito de sua mãe que caia nos braços de sua irmã com saudades.

-Olá tia. – Solar bufou ao ouvir a voz de sua irmã enquanto ela tirava as suas coisas da mala do carro.

-E tu Solar, não me vais dizer nada? – Sua tia questionava.

-Onde meto as minhas coisas?

-Andar de cima segunda porta há direita. – Solar passou por sua tia entrando em casa sem mais nada dizer.

Aquele VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora