Capítulo 12

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Estou tentando pegar no sono desde a hora que Luca foi embora e, mesmo cansada, não consigo. O pai dele conseguiu o meu número com Rose e me ligou duas horas atrás desesperado porque Luca não estava atendendo o telefone e não falou para ninguém o seu paradeiro. Achei melhor não contar que Luca esteve na minha casa para não piorar a situação entre os dois, já que claramente eles não têm o melhor relacionamento do mundo, mas isso não me impediu de ligar e mandar várias mensagens para ele.

Minha cabeça está explodindo e a preocupação também não me ajuda em nada a pegar no sono. Muito menos as alfinetadas que o pai de Luca resolveu disparar contra mim ao telefone. Tentei manter a compostura, disse que ele poderia me ligar quando precisasse e que se eu tivesse alguma notícia de Luca, eu pediria para que seu filho entrasse em contato com ele imediatamente. Não foi o suficiente para ele entender que estou do seu lado e por isso, não demorou muito, falei que iria desligar o telefone.

Os calafrios estão piorando e acho que estou ficando com febre também. Só pode ser estresse. Minha imunidade deve ter baixado depois de toda essa história com Luca e agora com esse sumiço, está piorando.

Estou cansada demais até para ficar brava. Só quero que ele apareça logo.

Ouço o interfone tocando na cozinha e olho o relógio. São quase 3 da madrugada. Com o corpo dolorido, me levanto da cama e atendo a chamada.

– Abre pra mim? – a voz de Luca soa do outro lado.

Aperto o botão de destrave da porta e vou para o hall de entrada do apartamento esperar ele chegar. Está frio aqui e preciso abraçar o meu corpo para me aquecer um pouquinho mais. Ele sai do elevador logo em seguida e para diante da porta.

– Para onde você foi? – pergunto.

Ele não me responde. Em vez disso, Luca coloca uma garrafa de vidro quase no fim sobre a bancada da pia e vem me beijar com um cheiro muito forte de álcool na boca.

– Você está bêbado? – o empurro, atônita.

Já não basta ele sair da minha casa do nada, ainda volta no meio da madrugada e bêbado? O que diabos está acontecendo com ele?

– Eu quero que você seja minha namorada – ele fala de um jeito bobo. – Pronto, falei! – Em seguida, pega a garrafa pelo gargalo novamente e a olha com um sorriso. – Álcool ajuda mesmo. Acho que eu não estava tomando a quantidade certa.

Quando ele faz menção a beber mais uma vez, puxo a garrafa de sua mão e despejo o conteúdo que restou ali pelo ralo da pia.

– Luca, são quase 3 da manhã. Sua família está desesperada atrás de você. – Deixo a garrafa vazia sobre a bancada e em seguida fecho a porta do apartamento.

– Você ouviu o que eu disse?

– Sim, Luca – falo e o guio até o sofá para que ele se sente. Luca está todo troncho e se continuar de pé, vai esbarrar em algo e cair. – Mas você bebeu igual a um porco e está claramente fora de si.

– Para te querer como namorada? – ele pergunta confuso.

– Para achar que aparecer no meio da madrugada na minha casa pedindo um relacionamento sério vai resolver o que você fez ontem – digo e sinto a minha cabeça dar mais uma pontada. – Você saiu daqui sem me dizer uma palavra, não respondeu às minhas mensagens e agora aparece bêbado aqui?

– Me desculpe – ele diz se ajustando de lado no encosto do sofá. – Eu fui para um bar espairecer e aí eu vi a mensagem que você deixou para mim. As outras eu decidi não ler. E depois te bloqueei.

– Por quê?

– Porque você me deixa muito confuso. Muito, muito.

Apesar da dor de cabeça, tento ter paciência porque sei que ele tem muito drama em sua vida, está bêbado e passando por uma fase difícil. Porém, não dá para isso acontecer novamente, no momento que for. Gosto de Luca. Muito. Mais até do que talvez ele mereça passando essa vergonha de hoje. Porém, não quero estar com alguém que se comporta como uma criança quando fica frustrada.

Batalha Interna - Livro únicoOnde histórias criam vida. Descubra agora