A babá

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Nota da Autora: escutem esse hino, é perfeito!

Nicolas Oleander

Que garota linda... Que mulher linda, muito diferente das babás que já contratei, com um olhar inocente, cheio de bondade, bom, ainda não a conheço, mas que clichê, um choque percorreu o meu corpo todo depois que nos tocamos...

Estava lendo um livro, e quando me dei conta era 3h30 da manhã, achei melhor me deitar, estava com uma tremenda dor de cabeça por conta da leitura.
Quando encostei minha cabeça ao travesseiro, escutei o som do piano, tocando baixo mais com melodias simples e incrivelmente confortante, desci para ver quem estava tocando, e era ela, a garota que conseguiu minha atenção , assim que percebeu que eu a observava, ela errou uma nota e se engasgou, foi engraçado.

— Senhor Oleander, ãn... Me perdoe, não era a intenção acorda-lo, aí me desculpe - diz embaralhada nas palavras, e eu sorrio

— Tudo bem, essa casa é silenciosa demais, continue por favor - digo ficando de frente pra ela, voltou ao seu lugar e continuou meio tímida, a tocar , e a balbuciando alguma letra, e então não se segurou

— Que o senhor te abençoe
E faça brilhar seu rosto em ti
Que conceda sua graça
E te dê paz

Amém, amém, amém
Amém, amém, amém

Que o senhor te abençoe
E faça brilhar seu rosto em ti
E conceda sua graça
E te dê paz

Amém, amém, amém
Amém, amém, amém

Eu conhecia essa canção então continuei

—Que a bênção se derrame
Até mil gerações
Tua família e teus filhos
E os filhos dos teus filhos

E então cantamos juntos

— Sua presença te acompanhe
Por detrás, por diante
Do teu lado e em ti
É contigo, é por ti

E de dia, e de noite
Tua entrada e saída
Em teu riso, em teu choro

É contigo, é por ti
É contigo, é por ti
É contigo, é por ti
É contigo, é por ti
É contigo, é por ti

Amém, amém, amém (amém)
Amém, amém, amém
(mídia)
            
— Não sabia que era religiosa ... - digo sorrindo, foi lindo ...

— Não sou, só que quando eu tô triste, ou eu sinto que me falta algo, eu lembro de quem realmente me amou, não sou digna de dizer que sou religiosa, mas ainda sim, não sei explicar... - diz passando os dedos pelas teclas

— Entendo, eu também me sinto as vezes também, mais faz anos que não escutamos o piano ou alguém tocando aqui, de certa forma foi especial - sorrio

— É, foi sim... - fala sorrindo — Vamos dormir? Nós dois trabalhamos amanhã... - diz  sem graça

— Boa noite Alexandra

— Boa noite Senhor Oleander - quando olho pra trás não a vejo mais

Vou para meu quarto, deito na cama e fico pensando, o quanto foi estranho, a primeira vez que a vejo e ela já me trás uma paz arrebatadora, chega a ser extremamente estranho, deixei me levar, mais isso não irá mais acontecer, apenas relações profissionais!

Alexandra

Mais que coisa, porque eu tive que mexer naquele piano, é extremamente estranho a paz que ele consegue me trazer, mais ao mesmo tempo me deixa com um pé atrás, não irá mais se repetir!
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Acordo 5h15, era sábado, as crianças dormiam até mais tarde neste dia, eu coloquei uma roupa e fui correr, precisava espairecer, peguei meu celular, meus fones e desci pra comer alguma fruta e bati de frente com ele, literalmente, eu desci correndo e estava no pé na escada, então minha cara foi parar no seu peitoral e minha bunda no chão

— Bom dia Senhor, me desculpe, não tinha o  visto - digo me levantando com sua ajuda

— Bom dia senhorita Miller, tudo bem, também não a tinha visto - tão formal, isso é tão chato

— Quer um café? As funcionárias ainda não acordaram - me direcionei para a cozinha

— Por favor, não sei porque acordei tão cedo hoje, não consegui dormir - fala

— Sinto muito se foi por causa do piano, não irá se repetir - digo colocando o café na xícara e fazendo um queijo quente

— Claro que pode se repetir, mais eu preferia que fosse de dia - diz dando uma risada

— Tudo bem então - digo retribuindo a risada

— Onde aprendeu a tocar piano ? - fala já comendo

— Meu pai me ensinou, desde os 9 anos, eu venho aprendendo, ele era músico, então me ensinou, violão, bateria, piano, e ukulele

— Uau, apenas sei tocar duas notas no violão - gargalha — talvez alguém possa me ensinar - diz olhando pra mim e sorrindo, quase perdi as forças das pernas

— Claro, a qualquer hora depois do trabalho - dei uma risada, quero me manter profissional,. Começo a comer mais a conversa não cessa

— Eu não sou um chefe chato, até porque se eu fosse, acho que teria armado um barraco por causa de ontem, gosto de manter as relações amigáveis como já deve ter percebido, eu gosto dos trabalhos certos e sem preguiça - diz sério - dei uma olhada no seu currículo e é muito bom, porque não se expandiu para administração? Poderia ser CEO de alguma empresa- ele é muito curioso pelo visto

— Meu irmão estava com problemas, respirava mal, vivia passando mal, e desconfiamos que ele estava com câncer, então eu já tinha terminado minha faculdade, só que eu não tinha forças pra continuar, pensando nele daquele jeito... - Digo sincera

— Entendo, talvez alguma hora você possa passar no meu escritório, posso te ajudar com isso, se você quiser - diz sorrindo, e que sorriso perfeito

— Claro, mais se o senhor me der licença vou correr um pouco, quer me fazer companhia? - qual é Alex, onde está com a cabeça? Você o conhece a dois dias

— Sim, adoraria, mais antes eu tenho que falar, minha empresa faz muitas festas, você se incomodaria de ir comigo e com as crianças? Pra cuidar delas nos eventos, glória citou isso na entrevista?- que? Não tenho roupa pra esse evento não Jesus

— Ah sim - não - eu não tenho roupa pra esses eventos - nem tinha roupa pra trabalhar nessa casa!

— Não será problema, quando for sair com as crianças pode ir ao shopping comprar tudo que precisar, Josh o motorista leva vocês e as buscam, com licença vou me trocar, volto já

Bom, por enquanto a bandeira estava branca, estávamos apenas saindo pra correr nada de mais né?
Sei lá, a companhia dele me fazia bem, mais nada além de profissionalismo e uma relação amigável como ele disse

Tô querendo enganar quem? Tem muita merda pra dar ainda!

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