Capítulo único

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Os únicos sons que John podia ouvir era do baque dos cascos dos cavalos batendo no chão e algumas conversas baixas dos soldados atrás de si. 

Ele olhou pra trás, e viu seu sonho a alguns passos de se tornar real, e esses escravos eram a prova disso. William, um dos escravos que Laurens escolheu para o ajudar a liderar, sorriu para seu tedente quando percebeu que o mesmo os observava. O acastanhado retribuiu o sorriso com um aceno e voltou a olhar para frente. A última vez que sentiu algo tão bom foi na noite que conheceu Alexander.

Estava escurecendo, precisavam de um local seguro para fazer uma pausa e descansar. Com isso virou as rédeas para o caminho de uma floresta - Não era realmente confortável, mas a prioridade no momento era a segurança - onde não poderiam acha-los.

Todos ali estavam ansiosos, eles escolheram entrar nessa luta por vontade própria. Todos ali eram tratados como normais e iam receber ótimos treinamentos de um soldado incrível.

Mas então foi tirado de seus pensamentos com um barulho ensurdecedor que o fez estremecer e os cavalos se agitarem.

Um som alto.
Seus ouvidos doeram.
Seguido de outro.
E escutou gritos de desespero.

Ou seriam de dor?

E mais um.
E o medo se fez presente
Outro.
E segurou firme as rédeas para acalmar o animal.
E então não parou mais.

Apertou a sua espada na cintura com força e a retirou, virou seu cavalo e por um momento desejou não ter visto a cena.

Homens vestidos de vermelho atiravam em tudo em sua volta, vários dos seus homens estavam feridos, desesperados, alguns pegaram uma arma e também começaram a atirar.

Ele congelou, sentindo uma ansiedade estranha dominar o seu corpo ao ver o mar de vermelho e branco. O que isso significava?

Seu aperto na espada afrouxou, e ele escutou o grito de uma voz familiar.

— TENENTE LAURENS!! NÃO!!- A voz de William, sempre alta e forte parecia distante e vazia. Os volumes dos tiros estavam suaves como o vento que batia em seu cabelo.

A espada caiu no chão e sua mão foi até o estômago, finalmente sentindo a dor aguda penetrar em seu corpo. Sentiu o líquido quente em sua mão, desejando não ter a levado até lá.

O silêncio, a alguns momentos a coisa que ele mais gostava, agora o que o deixa ainda mais desesperado.

Junto com ele, a fraqueza.

Seu corpo deslizou do cavalo, caindo como um baque no chão.

A dor o faria despertar novamente, porém apenas o deixou mais alheio.

"Eu não posso morrer! Eu não posso morrer!" era a única frase que se passava em sua cabeça no momento. 

Uma única lágrima escorreu por sua bochecha e encarou o céu já estrelado. Perdeu a noção de tempo. Sua visão cada vez mais turva e sua cabeça cada vez mais dolorida.

Lentamente estava indo em direção a morte, como o sonho que uma vez teve.

As lembranças de sua própria vida passava por sua mente, fazendo um pequeno sorriso nascer no canto de seus lábios. Viu a imagem de um francês bêbado e animado dançando e fazendo rimas improvisadas em cima da mesa do bar em que costumavam frequentar quando saiam juntos.

E depois a de um alfaiate de gorro reclamando que não aguentava mais sua vida monótona de costurar calças.

Logo a de um líder incrível, um líder que o ajudou e permitiu estar ali.

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⏰ Última atualização: Jan 05, 2021 ⏰

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The story of Tonight - LamsOnde histórias criam vida. Descubra agora