Fuck Boy ©

03. É ele, Jungkook chegou

Bom, mamãe sempre costumava me dizer para não me envolver com pessoas que eu não conheço. Já que provavelmente, nas palavras dela, você só encontrará pessoas que não valem a pena e que são perigosas. Tecnicamente, é uma regra válida. Mas, se você analisar todos os âmbitos de sua vida...

Perceberá que, em boa parte de nossas vidas, vamos nós envolver com pessoas que não conhecemos e precisaremos conhecê-las para que saibamos compreender se são elas prejudiciais ou amigáveis. Às vezes, há seres humanos que passam dos limites, nos provando aquilo que já sabíamos e apenas fechamos os olhos para não ver.

Porém ele, Jungkook, é um caso complicado. Eu sei que não devo, todos os meus poros gritam que eu não devo. Contudo, aceitei. Eu simplesmente aceitei sair com ele, aceitei o fato de que ele veio até minha casa para devolver minha caneta e me agradecer.

Contudo, eu não sou capaz de compreender os riscos de sair com ele — ou talvez eu esteja fechando os olhos para os riscos, porque eu não desejo que tenha riscos — mesmo, que minha mente esteja me avisando para não ir.

As vezes, pode ser apenas um senso de proteção exagerado, que meu sexto sentido custa entender.

Não posso dizer que não tenho interesse no jovem, de cara fechada. Que até meses atrás, eu sequer o conhecia de vista, apenas por nome. Mas, o acaso faz o caso. E cá estou eu encarando a tela do telefone, tentando compreender que aquelas últimas mensagens indicam que ele viria me buscar em breve.

Senti minha saliva descer queimando sobre a garganta. Como se eu tivesse tomado uma dose fodida de tequila. Resumindo-se para apenas nervosismo. Sim, eu estava nervosa. Porque de todas as pessoas que eu imaginei sair na vida, nunca imaginaria sair com Jungkook.

O jovem proibido da área debaixo, o ser intocável, imaculado e partidor de corações inocentes. Aquela pequena cria de satã, que apesar de má, consegue encantar quem deseja.

Mesmo com atos tão banais, eu sabia que boa parte de mim já estava atraída por ele. Não me importei com o fato de ter acabado de vê-lo, depois de muitas especulações a seu respeito. Gostei de vê-lo, de sentir sua presença forte, mesmo que seu sorriso seja adorável e ele pareça inofensivo.

Lá estava eu, com um sorriso idiota no rosto, pensando com habilidade sobre qual roupa eu poderia usar. Analisando as condições da cidade e que provavelmente faria um frio de rachar a canela, optei por algo mais quente.

Usaria meus amados coturnos pretos, calça jeans e moletom de coelhos. Porque apesar de ter vergonha de admitir, eu sou grande admiradora de coelhos.

Não demoro muito até descer da cama rapidamente e ir tomar um banho. Era necessário, se eu quisesse deixar o nervosismo e o medo de lado e focar apenas no que essa noite me proporcionaria.

Skip time; Casa da S/n, 19:00pm

— Você conhece bem esse garoto, meu amor? — Ouvi minha omma perguntar. Seu olhar parecia pacifico, mesmo que eu soubesse que ela estava tão preocupada quanto eu. Devido ao convite inesperado.

Optei por rir, para espantar o nervosismo.

— Sim, mãe. Conheço. — Menti, com um sorriso convincente, que a fez sorrir de volta. — Ele é uma boa pessoa, está tudo sob controle.

Menti, mesmo sabendo que nem eu sabia se estava tudo sob controle.

— Mesmo? — Acenei. — Contudo, para prevenir, leve com você esse spray de pimenta. Ele costuma ser eficiente nos olhos de aproveitadores.

Tive uma crise de risos, mas, aceitei o spray. Colocando-o dentro do bolso de meu moletom e recebi um beijo em minhas bochechas. Dona Soojin levantou-se, batendo as próprias mãos nas coxas e me deu um último olhar sorridente antes de sair do quarto.

— Não fique acordada, sabe que eu voltarei cedo. Ok?

Ela acenou, rindo. Sabendo que eu a conheço tão bem quanto ela me conhece.

— Vou dormir cedo, mamãe. — Nós duas rimos. Até que ela saiu do quarto e eu me levantei, puxando meu celular do bolso, checando o horário.

Ao guardar o celular no bolso e descer as escadas, é a campainha que eu ouço tocar.

É ele, Jungkook chegou.