Maybe love stays, Maybe love can't, Maybe love shouldn't.

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Sirius sabia exatamente como o amor seria... aos 14 anos. O amor usaria uma trança francesa, um colar de pérolas, saias rodadas e botas de combate iguais às suas, não precisaria usar maquiagem, pois seria linda de todos os jeitos possíveis. O amor seria responsável, pelo menos um pouco mais que Sirius, o ajudaria nas matérias em que ele tinha dificuldade, conheceria todas as músicas do The 1975 e One Direction, e gostaria de super-heróis tanto quanto o garoto gostava. O amor seria uma garota, gentil, bonita e educada e que o amaria incondicionalmente, sua mãe iria a aprovar e juntos seriam o casal perfeito.

Com 16 anos, Sirius percebeu que o amor não precisaria usar trança francesa ou um colar de pérolas, e estava tudo bem não conhecer todas as músicas de suas bandas, e o amor não precisaria ser uma garota. E Sirius sabia que o amor estava por aí, ele só deveria ter procurado na sala errada, no corredor errado, o amor estava por aí.

Ele achou o Amor, algumas vezes, o Amor foi a razão de ele mentir para seus pais, o amor foi a razão de ele parar de ouvir as músicas que gostava e o amor foi a razão de ele ter cortado o cabelo curto, e apesar de ter odiado, o sorriso que o Amor deu valeu toda a pena. Ele não sabia dançar, mas fazia questão de dançar todas as músicas lentas com Sirius, ela sempre ajudava Sirius nas matérias que ele tinha dificuldade, e, mesmo que por um momento o Amor se tornava a única coisa que ele precisava na vida, o Amor cresceu tanto que doía. Até ele ir embora, levando partes dele que ele nem sabia que pertenciam ao amor, o amor mudou, mas não tinha problemas, pois o amor sempre voltava. Talvez com uma voz mais suave, olhos mais claros e novas marcas de nascença, mas ele sempre voltava.

O Amor ficou ausente por anos, até que ele, literalmente, bateu em sua porta.

Era sábado de manhã e Sirius tinha acordado relativamente cedo para os parâmetros de sua vida, e mais cedo ainda se contar que tinha acabado de sair de uma semana de provas infernal, porém sua vizinha, e amiga, tinha pedido ajuda para arrumar algumas coisas em seu apartamento e o Black sabia que Lily acordava cedo, cedo demais para um ser humano comum, a amiga definitivamente era uma pessoa matinal.

Estava se preparando para começar a preparar seu café da manhã quando alguém bateu em sua porta. Imaginou que fosse a ruiva vindo o chamar, se animou ao pensar que comeria o famoso bolo de chocolate de Lily Evans, mas quando abriu a porta, não era sua amiga que estava do outro lado. Era um homem, mais ou menos da idade de Sirius, talvez mais novo, ele era alto, mais alto que James, o que o tornava pelo menos uma cabeça maior que Sirius, e era lindo.

O homem, que se apresentou como Remus Lupin, disse que sua colega de quarto estava chamando Sirius, o que deixou o mais baixo confuso, mas ao olhar a porta do apartamento em sua frente aberta e por ela passar Evans com roupas de arrumar casa e o cabelo parecendo um ninho de pássaros ele entendeu. Tinha uma vaga memória de sua vizinha dizer que precisava de alguém para dividir o apartamento e tinha chamado um amigo de sua cidade natal, agora pelo menos fazia sentido aquele homem lindo estar na porta de sua casa em um sábado de manhã.

- Bom dia Ruivinha, precisa de ajuda?- O relacionamento de Sirius e Lily era baseado em ambos se irritando o máximo possível, mas não poderiam ser amigos melhores um para o outro. Os dois se conheceram quando ambos se mudaram para aquele prédio 2 anos atrás, e por serem muito parecidos, acabavam sempre se alfinetando de todas as formas possíveis.

— Onde está o imprestável do James?- a mulher perguntou colocando uma caixa cheia de itens para doação no chão. Sirius riu, o seu colega de quarto e melhor amigo, se apaixonou pela ruiva no mesmo momento que colocou os olhos nela, e, infelizmente, não foi correspondido logo de primeira, afinal de contas James poderia ser bem idiota às vezes, mas Black notava o modo como a outra passou a olhar de outras formas para o melhor amigo, mas conhecendo ela, sabia que ela não iria admitir. Relacionamentos poderiam ser bem complicados.

— Ele deve ter passado a noite jogando de novo, tentei acordar ele, mas não adiantou, se quiser ir lá tentar - Disse isso apontando para dentro de seu próprio apartamento, abrindo espaço para a mulher entrar, como ela já conhecia o apartamento não se preocupou em explicar a disposição dos quartos. Quando levantou o olhar percebeu que estava sozinho com o homem, Remus, e ele aparentemente estava inquieto, percebendo que talvez ele queria terminar logo a mudança para descansar ofereceu sua ajuda, que foi aceita com um sorriso pequeno do mais alto.

Entre caixas carregadas e viagens de elevador, Remus e Sirius foram se conhecendo melhor, Sirius descobriu que Remus nunca tinha ouvido falar de The 1975 e conhecia só algumas músicas da Boyband preferida de Black, e não gostava muito de filmes de super herói. Por outro lado, Sirius nunca tinha ouvido falar sobre os livros preferidos de Remus e não conhecia os musicais favoritos do loiro, ele nem sabia que algumas pessoas tinham Musicais da Broadway preferidos.

E Sirius levou muito tempo para perceber que ele era o amor, com olhos mais escuros, um cheiro diferente, as costas mais largas, sardas que Sirius não reconheceu, uma voz mais grossa e novas marcas de nascença. O amor, tinha novas comidas favoritas, novos livros preferidos, alergias que antes ele não possuía. Ele tinha músicas que o lembravam de outra pessoa, outro amor, músicas que ele não gostava de escutar. E Sirius também as tinha. Mas eles acharam um banco no parque que os cabia perfeitamente, piadas que os fazia rir, filmes que gostavam de ver juntos, mesmo que nunca chegassem a ver o final dele. E agora, o amor gostava de cozinhar biscoitos de chocolate, mesmo que ele acorde no meio da noite e coma quase todos antes de entrega-los para Sirius. O amor gosta de dormir sem camisa, mas precisa colocar seu aparelho todos os dias antes de dormir.

O amor agora para Sirius se chama Remus Lupin, ele não sabe por quanto tempo, mas ele sabe que o amor é especial demais para ele o ignorar, mesmo não sendo perfeito, o amor sabe exatamente quando chegar. E enquanto observa o noivo deitado na cama em que dividiam, no apartamento em que moravam depois de anos juntos, Sirius só consegue pensar o quão sortudo por ter encontrado o amor tantas vezes e de tantas formas diferentes. Antes costumava pensar que Remus demorou muito para chegar, que eles perderam muito tempo sem estarem juntos, mas ele não entendia como o amor funciona. Hoje ele sabe, o amor chega quando tem que chegar, talvez ele não estivesse pronto para Remus, talvez Remus não estivesse pronto para ele, todas às vezes em que ambos encontraram o amor em outras pessoas foi essencial para que um dia encontrassem o amor um no outro.



Espero que tenham gostado dessa história, esse poema me marcou muito e recomendo que todos vão assistir, tem legenda caso não queiram ver em inglês. 

Obrigada por terem lido 

When Love Arrives- a Wolfstar StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora