O Bolo

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Entrei pela porta dupla daquele restaurante. Sim, aquele, conhecido pelos seus cozinheiros briguentos. Mesmo assim, a casa estava cheia. A comida deve ser provavelmente muito boa.
Sentei-me na única mesa vazia, perto de uma janela, observando o céu daquela noite fresca enquanto esperava por Asahi, um cara que conheci em um site de relacionamento, peguei o cardápio, desmotivada. Já tinha chegado 10 minutos atrasada, e ele estava demorando bastante, não acredito que levarei outro bolo.
- Boa noite, o quê a senhorita vai querer?- Um homem de terno, alto e loiro apareceu em frente de minha mesa.
- Ah não, não, obrigada. Ainda vou esperar mais um pouco. Quando escolher, vou chamá-lo, senhor...
- Sanji, ao seu dispor. Irei servir outras mesas agora, qualquer coisa, apenas me chamar.- O garçom piscou e saiu com a bandeja em mãos.
Esperei por 10, 20, 30, 40 minutos e nada. A família que ocupava três mesas já havia ido embora. O restaurante ia se esvaziando cada vez mais, e nada.
- Está esperando por alguém, senhorita?- O mesmo garçom de antes se aproximou de minha mesa.
- Sim. Mas, pelo visto, tomei um bolo.- Ri sem graça.
- Site de relacionamento?- O olhei, surpresa.
- Como sabe?
- Acho que estamos no mesmo barco.- Deu um sorriso de conforto.
Notei seu semblante; olhos pesados, gotas de suor descendo pela testa, etc.
- Está cansado, não? Sente-se.- Apontei para a cadeira à minha frente.
- Posso?
- Claro. Ninguém irá sentar aí mesmo.- Sorri amigavelmente.
- Obrigado, hoje foi bem cansativo.
- Lá no meu emprego também foi.
- A senhorita trabalha com o quê?
- Me chame de (S/n). Trabalho em um mercado, porém, é só temporário, planejo sair de lá quando estiver com mais dinheiro.
Um homem abriu as portas da cozinha, a fúria em sua feição e em seu modo de agir eram perceptíveis. Ele vestia roupas e um chapéu exageradamente grande de cozinheiro, era o Cozinheiro Chefe.
- Ei, moleque! Não te pago para ficar conversando com os clientes!- O homem gritou em nossa direção.
Em seguida, outro homem veio e parou de frente à mesa. Alto e com antebraços largos.
- Boa noite, minha senhora! Esse... Garçonzinho está te incomodando?
- Ah, não...
- Cuide da sua vida, Patty!- Sanji gritou de volta.- E acalme-se, velhote! Só estou fazendo uma pausa!- O chefe o olhou com olhos cortantes, e entrou novamente na cozinha, seguido pelo outro cozinheiro, juntamente irritado.
- Você fala desse jeito com seu chefe?- Perguntei com tom brincalhão.
- Ah não, tudo bem. Ele é meu pai.
- Ata, desculpe.
- Sem problemas.- Se levantou.- Já escolheu o quê vai pedir?
- Me traga dois pratos de macarrão à molho branco e uma jarra de suco, por favor.
- Certo, vou preparar e já volto.~
- Preparar? Você não é um garçom?
- Sou o segundo cozinheiro chefe. Não estamos tento muitos garçons ultimamente, então estou cobrindo hoje.
- Ah, entendi.
- Volto em um instante.
Passaram-se 20 minutos e ele voltou trazendo meus pedidos. Em uma mão, segurava a bandeja com os dois pratos, na outra estava a jarra e um copo. O cozinheiro desviava das mesas com agilidade, de modo com que as bandejas em suas mãos mal se moviam com a rapidez do rapaz.
- Prontinho.- Pôs os pratos à minha frente.
- Certo, agora pode se sentar.- Me olhou com ar questionador.- Você disse ao seu chefe que estava tirando uma pausa, não? Então por que não come um pouco?
- Ah não, esse é o seu pedido. Seria muito falta de educação minha fazer isto...
- Pode comer.- interrompi.- Não vou conseguir comer tudo isso sozinha, não vai desperdiçar, não vai? E além do mais, me faça companhia.- O loiro olhou para a comida, sorriu sem jeito, e se sentou.
Conversamos por um longo tempo enquanto jantavamos, já passava das 22:00, e o restaurante já quase se esvasiara por completo. Após um longo tempo, o mesmo cozinheiro - pai de Sanji - de antes, passou e deu um tapa nas costas de Sanji, e em seguida mandou que fosse lavar nossos pratos. Consegui ver o sorriso orgulhoso por baixo do bigode do chefe. Sanji se levantou emburrado, pegou a louça suja e entrou na cozinha.
Aproveitei e fui pagar a conta.
- Ficou em 47 Beries.- O balconista disse.
- Aqui.
- Ei (S/n)! Não precisa pagar o meu.- Sanji cutucou meu ombro.
- Mas...
- Robby,- Chamou o balconista.- Tire um dos dois prato da conta.
- Tem certeza?
- Confia em mim.- E assim ele fez.
Sanji me acompanhou até a saída do estabelecimento.
- Foi legal jantar com você hoje.- Admiti.
- Digo o mesmo. Acabou nem sendo tão ruim assim, né? O bolo.
- Ah, é mesmo, tinha até me esquecido disso.- Rimos.- Perdi um encontro, e acabei ganhando outro.- Suas bochechas ficaram vermelhas.- Aqui, meu número. Vamos marcar outra noite dessas, você parece ser um cara bastante legal.
Seus olhos brilharam quando entreguei o papel. Logo depois, meu táxi chegou.
- Me ligue quando puder.- Deixei um beijo em sua bochecha, que ficou marcado graças ao meu batom.
O vi comemorar de longe quando o carro ia se afastando, jogando os braços pra cima e sorrindo de orelha à orelha, como se estivesse ganhado um prêmio.
Cheguei em casa satisfeita, em todos os sentidos.

💙


Uma pequena curiosidade: este texto foi escrito pra um trabalho pra minha professora de português, lembrei do nada e decidi postar aqui, afinal, é uma fanfic kkkk
Sim, eu mandei uma fanfic pra minha professora. ( Tirei 10 xD)

E o que acharam da One-Shot? Curtem esse estilo “nosso universo”?

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The Restaurant • Imagine Sanji • One-Shot •Onde histórias criam vida. Descubra agora