Na Manhã Seguinte

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Acaricio seu rosto com calma. Contorno seus lábios semiabertos com meu polegar, com uma vontade inquietante de celá-los aos meus.

Com o indicador sigo pela linha de seu maxilar, contorno do rosto, lóbulo da orelha. Volto as suas maçãs do rosto, ponta fria do nariz, passo-o por de baixo de seus olhos fechados e repouso minha palma em toda lateral de sua face, com delicadeza, para ter certeza que não vou te acordar.

Deitada em seu peito largo, poderia até dizer que ouço as batidas do seu coração sincronizarem com as minhas, mas seria mentira, você sabe.

Sempre fui calma, o meu coração bate devagar. Bem diferente do seu agora.

Um sorriso involuntário surge em meu rosto quando lembro o que aconteceu antes de deitarmos e você fechar os olhos.

Seu gosto ainda está em minha boca.

As marcas de sua mão ainda estão em minha pele.

O quarto bagunçado denúncia a loucura que foi a noite passada.

Todos deveriam sentir esse êxtase pelo menos uma vez na vida para entender como estou me sentindo.

Pois nunca vou conseguir colocar em palavras o prazer que foi matar você, querido.

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