Capítulo 1

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N/A: oi, oi, vidas! só uma coisa bem rapidinha: o wattpad, esse [panela caindo no chão], não está deixando eu colocar travessões nesse capítulo e unicamente nesse. me perdoem por isso já de início, sim? os demais estão com os devidos travessões. espero que isso não venha a atrapalhar :(

boa leitura!

Holmes Chapel

- Não - ela disse ao passo que aproximava as sobrancelhas em uma tentativa falha de se redimir. Todos os convidados estavam completamente estáticos, exceto por suas bocas, que não guardavam os cochichos. Dizem que no inferno um dia equivale a meses. Desse modo, eu me via ao lado do próprio capeta enquanto pagava por todos os meus pecados mundanos. - Não é você quem amo, Harry. Não posso prosseguir com isso pois não é verdadeiro. Não posso tomar seu nome em meio a mentiras. Seria uma traição hedionda.

Aquela cena passava em minha cabeça repetidas vezes, sendo cada vez mais humilhante e triste. A lua diminua sua opacidade em relação à Terra, visto que o sol tomava seu lugar aos poucos. Enquanto aquele crepúsculo dava continuidade e o tempo se esticava em sua dimensão fatídica, dentro de mim parecia haver uma bomba relógio gradativa, prestes a tornar de mim resquícios de explosão. A segunda garrafa de vodka esvaziava, o que era semelhante ao que eu sentia naquele momento.

Meu celular estava jogado na cama desarrumada e eu podia ouvir seus ruídos quando alguém tentava entrar em contato comigo. Deitado na sacada, eu observava mentalmente a minha dignidade indo embora. O que eu havia feito de errado? Eu amei de mais? Eu amei de menos?

Três anos de relacionamento jogados no ralo. Anya Cooper era uma mulher incrível e o respeito foi mútuo antes mesmo de se tornar parte do nosso namoro. Quando eu pedi sua mão em casamento, ela sorriu e pareceu feliz. Será que ela realmente estava? Não sei se tenho certeza disso. Ainda não sei quem ela ama, a quem agora dedica suas juras de felicidade, mas deixou de ser eu já faz um tempo. Aliás, me pergunto se algum dia tomei tal posto.

Em duas horas eu deveria estar ao lado dela, feliz após uma grande festa, me encaminhado para o aeroporto, rumo à Malibu. O resort estava reservado há um mês, esperando por nós; esperando receber o início da nossa vida de casados, primordialmente registrada por alianças de ouro branco e um cerimonialista parrudo.

Naquele momento eu não estava bravo, apenas decepcionado comigo mesmo. Não fui o suficiente.

Caminhei até o pé da cama, vendo a toalha antes presa em minha cintura perder a força de seu nó, caindo ao chão e revelando meu corpo nú. Suspirei quando notei a foto de minha mãe aparecendo na tela do celular, insinuando sua ligação.

- Harry, finalmente você atendeu! Filho, estou preocupada - iniciou a falar do outro lado, em afobamento. - Você saiu da igreja sem dar satisfação e já tentamos falar com todos os amigos próximos, mas nenhuma notícia sua e eu-

- Estou bem - respondi sem esboçar nenhuma emoção. Ouvi a mulher respirar fundo.

- Onde está?

- Quem Anya ama?

- Harry, não acho que seja uma boa h-

- Responda, por favor - pedi, sentindo meu peito doer. Virei a garrafa quase seca na boca novamente.

A bebida já não tinha sabor amargo e nem esquentava minha garganta ao entrar em contato com o sensível e lubrificado epitélio. Ao contrário disso, eu a sentia um efeito cálido em relação as minhas emoções, mesmo tendo noção que seu torpor subrepujava-me os sentidos.

- Paul - ela disse e apertei meus olhos, sentindo as lágrimas quentes descerem. - Filho, volte para casa, vamos conversar.

- Preciso ficar sozinho - disse num tom quase asco (coisa que estava fazendo com frequência nas últimas cinco horas, instantaneamente, não conseguindo me repreender por conta disso), apertando o botão vermelho para desligar logo em seguida.

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