não tem como fugir

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isso me persegue desde mais novo, era como se eu fosse um imã para valentões e coisas do tipo. eu estava cansado de passar por isso todos os dias, eu só estudava, estudava e estudava, mas parecia que ninguém via isso, só me usavam para conseguir as coisas.

dias de educação física? nem se fala, eu era o último á ser escolhido para os jogos. confesso que não era um dos melhores jogando algo, mas poxa, não custa nada! para terem noção, até mesmo os professores me deixavam por última opção. eles não ligavam para mim, achavam que eu era um nada, me batiam sem mais nem menos... eu não merecia isso.

por conta disso tudo, resolvi me vingar de todos que já me fizeram algo... matei um por um, sem dó nem piedade, como dizia minha falecida mãe.

usava cores claras e bregas, agora só uso cinza escuro e preto, meu cabelo era um loiro claro natural, agora é preto e vai até a altura dos ombros, usava óculos, e agora não largo minhas lentes de contato da cor natural de meus olhos... é, parece que mudei completamente.

quando ainda estudava, era apaixonado por um garoto baixo da minha sala de aula, ele me defendia, mas não trocávamos uma misera palavra, me ignorava quando tentava falar com ele e coisas assim. sim, eu estava acostumado com isso, mas não custa nada me dizer um simples 'oi' ou 'como vai, seonghwa hyng?'.

pode me chamar de possessivo, mas eu o queria só pra mim, e falta pouco para conseguir isto.

[...]

eu já havia estudado todo o caminho que ele fazia para voltar para sua casa. eu estava em frente ao colégio.. meu amado colégio, esperando o menor sair. me encontrava encostado em uma árvore alta enquanto acendia meu cigarro quando percebi alguém me observar começando á se aproximar... era a garota que mais me diminuía por conta de minha aparência, ela estava vindo em minha direção? sério mesmo?

"é você?"

"depende... quem você acha que sou?" perguntei enquanto virava minha cabeça para encara-la.

"é você mesmo... Park SeongHwa..." a boca dela estava em um formato de 'O'.

"sim, sou eu, em carne... nem tanta carne assim... e osso" ri sarcasticamente.

"você é um verme mesmo!" fez uma cara de nojo, parecia querer vomitar ali mesmo.

avistei hongjoong saindo pelos grandes portões e decidi cortar a conversa no meio "antes que você faça algo, preciso ir, tenho coisas á fazer... e antes de mais nada..." me aproximei da mesma chegando minha boca próximo de seu ouvido, sussurrei: "cuidado com o que fala, mocinha... você pode se arrepender mais tarde" sorri ladino, saí do local jogando meu cigarro em uma cesta feita certamente para isso e comecei á seguir hongjoong.

enfiei as mãos no bolso e segui o mesmo, não tão longe e nem tão perto dele. hongjoong passava todos os dias por um beco sem nenhum sinal de vida... como esse garoto tem coragem? ele pode ser assaltado ou coisas piores podem acontecer... não quero nem pensar!

olhei ao redor para ver se havia alguém por perto 'tudo limpo', eu estava preparado para dar o bote! me aproximei discretamente e quando percebi que era o momento, parti pra cima segurando seus braços para trás com uma mão e com a outra, tapei sua boca para não ter erro de o mesmo gritar por socorro.

"sihh.. vai ficar tudo bem, você só precisa ficar quieto e não se mexer, então não farei nada contigo!" sussurrei em teu ouvido e pude senti-lo arrepiar abaixo de mim.

percebi o mesmo se acalmar e segui meu caminho ainda segurando-o, eu estava com uma máscara preta que cobria de meu queixo até meu nariz, calças jeans skinny preta e moletom com touca também preto, só daria para ver meus olhos e cabelo.

após no máximo vinte minutos andando, chegamos até meu galpão onde faço meus "jogos" e entro com o mesmo ainda em meus braços. ele não estava desacordado, mas fiz questão de tapar seus olhos com um pano que sempre carrego em meu bolso enquanto caminhávamos

ao entrar, o sento na cadeira velha de madeira e amarro seus braços e pernas na mesma, seus olhos ainda estavam vendados, mas pude ver lágrimas escorrendo por de baixo do pano.

"não chore, pequeno. não irei te machucar... só se você me desobedecer, então irei fazer com que você se arrependa!" minha voz saiu grossa e rouca por contada máscara que ainda usava, optei por tirá-la, pois o mesmo não veria. "e não tente gritar, ninguém irá te ouvir".

passaram-se algumas horas, eu estava encostado no balcão de frente á cadeira onde ele se encontrava, tinha uma lâmpada fraca que clareava apenas ele e de minha cintura para baixo. ficamos todo esse tempo em silêncio, até ele falar algo.

"q-quem é você?"

"não preciso falar, você ja sabe!"

"eu n-não sei... mas já ouvi sua voz, só não me lembro onde..." franziu as sobrancelhas.

"feche os olhos, vou tirar o pano... se me ver sem minha permissão, irei te ferir, então me obedeça!" vi o mesmo assentir e tirei lentamente o pano que cobria seus olhos, felizmente ele é obediente. voltei para o balcão e o mandei abrir os olhos, ele abriu com dificuldade por conta da luz mas quando acostumou, observou todo o local, como se desse para ver algo, e parou seu ilhar em mim. peguei um cigarro em meu bolso e o acendi, percebi HongJoong apertar os olhos para tentar enxergar meu rosto, mas foiuma tentativa falha, pois me virei de costas para o mesmo.

"o que quer comigo?" perguntou

"nada... só quero você somente pra mim, nada mais!" falei como se fosse algo normal.

"como assim só pra você? você é certamente um estranho!" o senti revirar os olhos. no momento senti uma onde de raiva e me virei bruscamente e me apoiei nos braços da cadeira, mostrando completamente meu rosto para o mesmo, ele arregalou os olhos.

"só pra mim!" fiquei sério e arqueei uma de minhas sobrancelhas.

"P-park SeongHwa..." ele ficou boquiaberto. "você está... diferente"

"um diferente bom?" sorri ladino.

"você nunca mudaria para melhor, você sempre será aquele garoto estranho e que é zuado por todos!" fez uma expressão de nojo e eu ri ironicamente.

"tsc... isso não me atinge, bebê" com uma mão, apertei as bochechas do mesmo fazendo um bico se formar em sua boca por conta da pressão. "eu queria te agradecer por tudo que me fez, quando me defendeu daqueles caras" sorri leve, mas depois o desmanchei e fiquei sério novamente. "mas então me lembrava que você me ignorava quando tentava conversar contigo e fingia que eu não existia...

acho que foi por esse motivo que resolvi de uma vez por todas, que iria me vingar de um em um todos que fizeram algo para mim... ai você me pergunta o porquê de estar aqui, e eu te respondo que você merece por ter me ignorado e fingido que não existo, mas também, como disse antes, te quero só para mim" terminei de falar ainda na mesma posição de antes e joguei meu cigarro no lixo.

"isso não vai durar muito SeongHwa... viram atrás de mim e irão te matar por tudo que você fez."

ri novamente "pare, HongJoong, ninguém se importa com você, se alguém se importasse, já teriam ligado pra ti" peguei o telefone do mesmo que eu havia colocado no balcão.

"como..."

"aprendi depois que larguei o colégio, incrível não é!?" sorri

"eu irei fugir, uma hora ou outra!" ficou sério

"não tem como fugir daqui! está vendo aquela porta pela qual entramos?" apontei para trás, ele tento olhar, mas estava escuro demais para isso "ah... não dá para ver, desculpe... mas voltando ao assunto, não tem como abrir aquilo sem esta chave" mostrei uma chave pequena que tirei de meu bolso "aquilo é feito de aço puro... e esta chave, eu gurado em minha cueca, se quiser ela, terá que pegar" ri e me levantei. "bom, estou com sono, acho que vou dormir, boa noite, joonguie" sorri e baguncei o cabelo do mesmo apagando a lâmpada acima dele e indo até a escada, subi acendendo a luz de lá, o observei de cima, ele me olhou com raiva em seus olhos, eu sorri e acenei, arrumei minha "cama" feita de cobertores e outras coisas macias, troquei de roupa, me deitei e acabei por dormir, sem em importar com mais nada...

amor psicopata | seongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora