Quase como uma ligação;

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Chuva de Inverno. Péssimo, eu diria.

Estava muito frio e eu havia esquecido meu guarda chuva, ótimo dia para pegar um refriado.

Em minha mente, sairia do trabalho, chegaria em casa, trocaria de roupa e tomaria um belo chocolate quente, claro, se não fosse a inesperada chuva de Inverno.

Embaixo do pequeno teto do estudio de música, olhava a janela pensando em como iria para casa sem molhar minhas partituras ou me molhar. Visto que não havia mais ninguém ali, comecei a pegar minhas coisas e, já para fora do local, tranquei as portas.

Com minha mochila sobre a cabeça, corri para dentro dos pingos de chuva que ainda não estavam tão fortes mas que, certamente, me deixariam com as roupas encharcadas.

Planejava ir direto para a casa se não fosse, mais uma vez, a chuva atrapalhando meus planos com seus pingos de água que começaram a aumentar gradativamente, com isso fui obrigado a procurar um abrigo.

Avistei uma cafetaria aberta, não tinha muitas pessoas, duas apenas já que era tarde da noite.

Corri chegando mais perto dela e em uma parte coberta, me chacoalhei tentando, falhamente, me
secar e não molhar a cafetaria quando entrasse.

Adentrando o local, logo um cheiro suave de café se fez presente, bom o suficiente para fazer qualquer um se sentir aquecido e querer pedir uma de suas variadas bebidas.

Definitivamente, um ótimo local para passar um fim de tarde com pessoas que gostamos.

Havia apenas um atendente lá, ele era lindo. Com um livro em uma de suas mãos e o que parecia café na outra, ele lia atentamente fazendo-o deixar um biquinho em seus lábios rosados e isso deixava o garoto de cabelos pretos mais belo ainda.

Seu rosto era muito bem contornado o fazendo parecer um personagem de anime, seus olhos eram grandes e brilhantes, o que só destacava todo o resto.

O garoto, que antes lia, percebeu que eu estava parado na porta da cafetaria, colocando seu café de lado e marcando a página de seu livro, nossos olhos finalmente se encontraram e um choque eletrizando percorreu todo o meu corpo me deixando arrepiado e antes, meu corpo que tremia pelo
frio estava quente novamente.

Meu coração batia muito rápido em meu peito e todas as preocupacões que me atormentavam pareceram ter sumido.

Só olhar aquela pessoa era a melhor sensação do mundo, parecia que ele tinha um núcleo de gravidade que me puxava para olha-lo e de jeito nenhum queria desviar disso.

Quase como uma ligação, senti que havia achado tudo o que procurava e, estranhamente, sabia que ele pensava o mesmo que eu.

Em meio a isso tudo, o garoto sorriu e disse:

- Seja Bem-vindo a Cafeteria Akai Ito, sou Seonghwa, o dono.

- Me chamo Hongjoong. Prazer em te conhecer, Seonghwa.

- O prazer é todo meu, Hongjoong.

"Akai Ito; Todas as pessoas, desde o nascimento, levam amarrados ao dedo mindinho da mão esquerda, um fio vermelho que se conecta ao companheiro de alma. É um fio indestrutível."

Chuva de Inverno; seongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora