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Mais uma vez lá estava o garoto de roupas largas e com uma pequena garrafinha com um pouco de energético passando pelos corredores procurando seu armário. Sua cabeça latejava e não sabia mais o que fazer já que havia tomado três comprimidos e bebido água pra caralho.

"Pelo menos de pedra nos rins eu não sofro." Max riu com o próprio pensamento.

Parou de frente para seu armário na universidade pensando na merda que tinha feito ao esquecer um de seus cadernos em casa e se martirizando pela ressaca que estava. O dia mal havia começado e já não aguentava mais.

— Bom dia, amor. — escutou a voz tão conhecida e sentiu o peso do queixo do mais alto em seu ombro. — Que cheiro é esse?

— Você age como se eu não tivesse tomado banho. — o de cabelos queimados proferiu revirando os olhos.

— Vai que você decidiu sair com alguns daqueles seus amigos má influentes do nada e bebeu? — riu bom a possibilidade mas logo viu seu sorriso desaparecer com o silêncio feito pelo namorado. — Porra Max.

— Desculpa, eu tava cansado e precisava desencontrar em alguma coisa. — sentiu o peso em seu ombro diminuir e então encarou o mais alto.

— Você age como se isso resolvesse alguma coisa.

— Yuri, não foi bem assim eu só- — foi interrompido pelo menino que, até então estava alegre.

— Sem mas Max, a gente se fala depois.

Máximus suspirou e voltou a pegar suas coisas fechando o armário começando a caminhar à procura de seus outros amigos. Provavelmente teria que ter mais uma de suas conversas desagradáveis já que, seus maus hábitos sempre estressavam Yuri que não aguentava mais sentir o cheiro de bebida alcoólica no corpo do amado todas as vezes que não ia ficar consigo nos finais de semana. Caminhou por mais alguns corredores até perceber que ali estava quem tanto procurava. Cutucou o melhor amigo que colocava alguns livros em seu armário.

— Que foi? — olhou para o mais baixo que não tinha uma cara muito boa.

— Nossa, achei que você ia me tratar bem. — deu uma risada baixa — tem algum remédio de dor de cabeça, Dan?

O mais velho suspirou e procurou em seu bolso algum remédio que pudesse dar ao garoto que claramente não tinha uma feição nada boa.

— Por que foi beber dessa vez? — entregou o remédio.

— Estava com vontade. — tomou o remédio a seco olhando novamente para Danilo que olhou as olheiras fundas junto aos óculos de grau de Max.

— Sei... Yuri já sabe?

— O que você acha?

— Ele não gosta quando você faz esse tipo de coisa, você sabe disso cabeção. Por que ainda faz?

— Não é como se eu pudesse evitar.

— Você sabe que pode. — suspirou — Tô indo pra aula, você vai vir ou sua aula começa tarde?

— Começa junto com a da Lana mas não sei onde ela está.

— Hm, eu vi ela no refeitório com a Gab e o namoradinho dela, tadinha, fazendo papel de candelabro. — fingiu uma tristeza e então logo sorriu fazendo o mais novo sorrir também — Se cuida pirra, para de fazer merda.

— Eu não tenho mais doze anos Dan.

— Pra mim sempre vai ter e só a minha opinião importa.

[...]

— Caralho, a cara de cu do Yuri hoje se superou. — riu a garota comentando com a amiga que se sentava ao seu lado.

— Ele vai te dar um socão, cuidado. — riu mais uma vez vendo o menino revirar os olhos e colocar a mochila em cima da mesa.

— Que foi? — indagou a mais velha olhando para o garoto que retirou os óculos de grau com a característica armação redonda.

— Nada Gab, nada não.

— Fala porra, daqui a pouco nossa aula começa. Falando nisso, você nunca vem aqui sozinho o que foi?

— Max já começou o dia me enchendo a porra do saco com aquele cheiro forte de bebida, ele sabe que eu não gosto desse tipo de merda que ele faz e continua fazendo.

— Sei, mas você conversou com ele?

O silêncio se fez na mesa.

— Foi o que pensei. — Gabrielle suspirou.

— O que eu tinha que falar já falei das outras vezes, vocês sempre brigam pelo mesmo motivo. — Allana tirou as palavras da boca de gabrielle que completou:

— Não podemos fazer mais nada.

— Não tô aqui pra procurar ajuda, porra. Já discutimos várias vezes e não precisamos da ajuda de ninguém eu só fiquei puto, só isso.

— Brigar com ele não vai adiantar, você sabe que ele é assim e brigar com ele toda vez que ele fizer e não dizer nada a quando ele não fizer não adianta nada. Você sabe que ele é sensível, talvez ele ache que você não reconhece. — falou a mais velha mais uma vez tentando achar uma solução.

— Você acha mesmo que eu não falo nada? Porra Gabrielle, eu sou o único além do Dan que realmente sabe quando ele não faz alguma merda dessas. — o menino bufou recolocando os óculos que tanto odiava usar.

— Não disse isso.

— Esquece Gab, a gente se mete e daqui a pouco eles estão se lambendo como se nada estivesse acontecido. — a mais nova dali finalmente proferiu revirando os olhos e voltando a mexer no celular.

— Você tem razão. — finalizou.

— A gente vai conversar de novo, ele vai prometer de novo que ele não vai fazer de novo e vai fazer! Tô cansado.

— Não é como se alguém tivesse alguma coisa a ver com isso. — Lana voltou a se pronunciar.

— Credo, que clima hein. Estava com o Max agora pouco, por que ele não está aqui? — Maggie havia chegado junto a Ravi se sentando na mesa que por sinal, era bem grande.

— É sonsa ou fez curso? — o garoto que antes limpava os óculos cruzou os braços.

— Calma, só perguntei porra, não tenho culpa das suas picuinhas com o Max.

[...]

Algum tempo depois, todos já haviam ido para suas devidas salas, e como sempre se esperavam na saída já que, o Dan por ser o único a ter carteira de motorista levaria todos.

— Que porra, ele tá demorando pra caralho hoje. — Yuri olhou impacientemente o horário em seu celular.

— Quem? O Dan? Ele disse que tinha que ter uma conversa com a professora antes de sair, por isso a demora. — explicou Ravi.

Todos riam e brincavam sentados na grama como de costume enquanto esperavam o mais velho entre eles. Até Máximus decidir se afastar um pouco mexendo em seu bolso procurando algo, Yuri sabia muito bem o que era e então foi atrás do garoto que estava com um maço de cigarros em uma das mãos junto ao isqueiro e o cigarro estava em sua boca.

— Você não tem jeito. — suspirou.

— Desculpa por mais cedo, as coisas não foram como o esperado na casa da minha mãe.

— Nunca são, você sabe. — o mais velho se aproximou pegando o cigarro da boca de Max dando uma tragada logo devolvendo-o ao menino que sorriu abaixando o olhar.

— Vai continuar brigado comigo ou vai finalmente agir normal comigo? — indagou.

— Tô puto, mas eu te perdoo dessa vez. Quando for assim me liga, eu vou pra sua casa, você sabe cocô.

— Sei, seu bostinha. — ambos riram e trocaram um rápido selar. A melação foi interrompida pela voz de Gab chamando-os para entrar no carro já que já estavam indo embora, Dan havia chegado.

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