Nosso quarto a queimar...

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Eram cerca de oito da noite. A lua no céu resplandecia toda sua beleza e seu brilho de forma graciosa. Para qualquer um que visse, poderia passar facilmente pela rua pensando ser apenas mais uma noite comum num festival cheio de turistas, com as ruas lotadas por pessoas curiosas entrando e saindo das barracas de forma assídua e frenética.

Também, não notariam uma garota de cabelos azulados e olhos perolados, sentada em um dos bancos olhando para a gloriosa lua. Apoiada com as costas na árvore atrás de si, sentia uma brisa refrescante passar por seu rosto. Respirou fundo, sentindo o ar puro entrando por seus pulmões, uma paz tomou conta de si. Ver a vila daquele ponto, um pouco acima de todos, era de fato uma visão que dava satisfação por habitar ali.

As folhas das árvores balançavam para lá e para cá, como em uma dança, e algumas outras voavam por já não estarem ligadas aos galhos. Uma delas, inclusive, pousou nos seus fios, bem acima de sua cabeça. Pegou-a, a observando. Com o outono se aproximando, elas possuíam um tom alaranjado, que Hinata simplesmente amava. Resolveu guardá-la para si, tinha o hábito de "colecionar" coisas aleatórias quando andava por Konoha.

Sua atenção foi desviada então ao ver uma figura muito conhecida por si se sobressair em meio a multidão. A clássica jaqueta laranja, os cabelos loiros despenteados, os olhos indo de um lado para o outro, e sabia a quem o homem procurava. Levantou-se, descendo graciosamente as escadas, indo em direção a movimentação. Misturar-se ali não era difícil, na verdade é uma especialidade sua, gostava de andar sem rumo, apenas aproveitando uma caminhada em meio a todos os outros, principalmente em festivais, onde acabava conhecendo pessoas novas, completamente por acaso, mas gostava da sensação. Sentia-se livre, pura e simplesmente.

Amor, eu sei que você sente algo quando me vê
Incontrolável
Queima por dentro
E essa sua chama vai causar um incêndio

Já ao pé da escada, pode ver as pessoas de perto. Ao seu olhar, pareciam felizes, sorriam e conversavam entre si, crianças corriam fazendo sons engraçados, com certeza um sinal de que estão aprontando. As tendas estavam lindas naquele ano, possuíam luzes próprias, literalmente. Haviam diversas cores, parece que os habitantes e comerciantes resolveram inovar.

Com passos cautelosos, foi se aproximando do seu alvo, não sem antes admirá-lo por trás. Era de fato minimalista, notando todos os traços dele. Não tinha culpa, ela o amava, captar esses pequenos detalhes era um de seus passatempos favoritos, quando não tinham nada para fazer e ficavam apenas se encarando igual dois bobos apaixonados – o que de fato, eram.

Suavemente, passou a mão pela nuca do maior, sentindo-o arrepiar-se com o toque, logo depois relaxando. Tinha certeza que era ela. Ao virar-se, o brilho em suas íris azuis triplicaram, vê-la ali, na sua frente, linda que só ela.

— Achei que não viria nunca – disse ela, num tom completamente mimado. Sentiu o braço dele passar por sua cintura. Encaravam-se de forma profunda, da forma que só eles sabiam se comunicar.

Os rostos estavam bem próximos, as festas já coladas uma na outra, as batidas frenéticas do coração encontraram um ritmo em comum, acelerados por estarem dividindo mais um momento juntos.

Eu quero ver queimar
Baby, me mostra o que sabe
Seu corpo vai dançar
Pro seu Hokage

— Kakashi sensei acabou enrolando com o treinamento hoje, me desculpe. – acariciava a cintura dela enquanto explicava seu motivo de demora.

— Hm, você tá com cara mesmo de quem acabou dormindo no sofá – fez bico, fingindo estar triste. Ele lhe deu um selinho, rindo.

— Jamais meu amor, eu estava contando os segundos para te ver.

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