Foto

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Anahi narrando

Cheguei em casa e Velasco já estava me esperando com uma cara bem brava. Confesso que fiquei com medo dele naquele momento.

- Achei que não vinha mais para casa hoje- ele disse.

- Como eu falei com você, nós perdemos a noção do tempo, e como o Manu dormiu ficamos vendo filmes e jogando conversa fora.

-Que isso não aconteça mais. Eu não que mais o Manu fora de casa até essa hora, ainda mais se for desse povo- ele disse pegando o Manu do meu colo, dando um beijo na cabeça dele e passando para o colo da babá.

- JÁ PEDI PRA PARAR DE FALAR DELES ASSIM- disse gritando- eles são meus amigos e agora voltaram a ser meus colegas de banda.

- Não sei porque não te impedi de voltar com essa loucura- ele estava com cara de nojo.

- Porque você não pode! – eu disse- amo cantar, e já abdiquei muito tempo do que eu amo, por causa da nossa família. E se agora eu posso voltar a fazer o que eu amo, eu vou voltar.

- Você me respeitar ouviu? - ele disse segurando meu braço- você sabe que eu posso fazer da sua vida um inferno, não sabe?

- Tenta! - eu disse me soltando- eu posso fazer muito pior.

- Foi só você voltar na casa dessa sua amiga, que você ficou assim é? Corajosa? Quer que eu vaze pra imprensa o romance secreto que vocês duas tiveram na época da banda, e como você está me traindo agora? Ou melhor traindo sua família?

- Você não tem provas de nada- disse já com lágrimas nos olhos.

- Tem tanta certeza assim, amor? - ele disse essa última palavra com desdém

- Faz o que você quiser, mas se você quer saber, EU AMO A MAITE, SEMPRE AMEI! E A MAIOR BURRADA QUE EU FIZ, FUI TER LARGADO ELA. - disse encarrando ele, que não estava nada feliz em ouvir aqui- e a segunda maior, foi ter me casado com você!

- Você não perde por esperar Anahi! Não só você, mas essa sua amiguinha também – ele diz isso e vai direto para o escritório.

Subi para o meu quarto, e fui direto para o banheiro. Apenas fingi tomar banho. Liguei o chuveiro e fiquei lá chorando. Ele estava me ameaçando? Ameaçando a Maite? O que ele seria capaz de fazer. Ouvi um barulho no celular, e era uma mensagem dela

Mai: Eii Annie, chegou bem? Como foram as coisas ai?

Não sabia o que fazer, nem o que falar com ela. Ela não estava nos melhores momentos e sabia que não podia se estressar. Achei melhor não responder. Sai do banheiro já um pouco mais calma, e fui para o quarto do Manu. Sentei na poltrona que tem ao lado do berço, e acabei pegando no sono.

Maite narrado.

Quando a Annie saiu daqui eu fiquei preocupada, porque vi um carro saindo na mesma hora que o dela, mas não consegui ver quem estava dirigindo pois os vidros estavam todo escuro. Entrei para a casa, com uma angustia enorme no coração. Tudo o que ela me falou do Velasco, será que ele seria capaz de fazer algo contra o próprio filho? Me deu um arrepio na espinha. Fui ajeitar a sala, mas não conseguia tirar a Annie da cabeça. Quando meu celular toca.

- Alô- eu atendo, mas ninguém responde- quem é?

Então a ligação cai. E na mesma hora eu recebo uma foto por mensagem, quando eu abro é uma foto minha e da Annie se despedindo na noite de hoje de mãos dadas. Eu sei que não tem nada que entregue a gente, mas o meu maior receio foi saber que tinha alguém nos observando. Será que foi aquele carro que eu vi? Tentei ligar para o número que me mandou a foto, mas deu que o número não existe, tentei responder mas a mensagem não enviou.

Na mesma hora me veio a Annie na cabeça, e me preocupei com ela. Mas não queria mandar a imagem pra ela, para não assusta-la. Deveria ser algum fã ou algum paparazzi. Então mandei uma mensagem para ela:

Eii Annie, chegou bem? Como foram as coisas ai?

Ela não me respondeu. Fui para o quarto, e senti que estava começando a ficar nervosa e ansiosa de novo, o que não poderia estar acontecendo se eu quisesse voltar a trabalhar o mais breve possível.

Estava com muito medo de ficar em casa sozinha, e apesar de já ser de madrugada, tentei falar com o Chris para vir passar a noite comigo mas ele não atendeu, nem a Dulce. Só me sobraram Poncho ou Ucker para ligar.

- Ei Mai, está tudo bem?

- Ei Poncho, mais ou menos...- eu disse- a Diana iria ficar muito chateada se eu te pedisse para vir pra cá?

- Estou indo, ela já sabe da situação.

- Ok. Obrigada.

Esperei uns 15 minutos até ele chegar, e assim que ele chegou já o puxei para dentro de casa.

- O que houve Mai? - ele disse preocupado- que cara é essa, parece que viu um fantasma.

- Poncho, aconteceu algo muito estranho essa noite, e eu juro que estou tentando manter a clama- eu já estava tremendo.

- Mai calma-ele me senta no sofá- me diz o que está acontecendo.

Eu tentei respirar fundo. E comecei a contar tudo o que tinha acontecido hoje mais cedo. Eu sabia que ele não amava a Anahi como antes, mas ainda assim ficava meio sem jeito de contar essas coisas pra ele.

- Cadê a foto? - ele perguntou.

Entreguei meu celular para ele, coma a foto já aberta.

- A gente tem que ir na polícia, não podemos deixar isso assim- ele disse

- Não Poncho- disse enquanto chorava- se for mesmo o Velasco que está fazendo tudo isso, tenho medo do que ele pode fazer com Annie ou com o próprio filho.

- Esse cara é tão perigoso assim? Sabia que era ladrão, mas agora isso? É de mais- ele disse coçando a cabeça.

- Pelo o que a Annie falou, ele não é flor que se cheire. Ela tem medo de perder o Manu, por isso não vamos fazer nada... e eu ainda me preocupo com a Annie naquela casa com ele- e eu volto a chorar.

- Mai calma- ele me abraça- não tem nada o que a gente pode fazer agora, certo? Vamos esperar amanhã, ok?

- Eu não sei se consigo esperar. Eu realmente estou com medo Poncho, por mim, pela Annie e pelo Manu.

-Eu vou ficar aqui. E você precisa dormir- ele disse tentando me acalmar- você está tomando alguma medicação que te acalme?

- Sim- disse apontando para uma bancada- um de tampa azul... mas Poncho eu não sei se quero dormir, eu realmente estou muito preocupada com a Annie.

- Você vai tomar esse remédio, e amanhã eu dou um jeito de ir ver ela ok? - ele disse dando um beijo na minha cabeça.

- Obrigada Poncho. Você realmente é um amigo incrível!

- Mai, você sabe que é como uma irmã pra mim.

Ele foi junto comigo até meu quarto, ficou conversando comigo tentando me distrair, até que eu consegui dormi.

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