Capítulo 1

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Hoje é o dia que terei que voltar para o internato, minhas malas já estão prontas, não estou levando muita coisa já que é meu segundo ano lá, deixei algumas roupas no colégio antes de entrarmos de férias , gostaria de poder ficar em casa pelo menos assim eu poderia cuidar da minha mãe, ela insiste em dizer que está bem, mas eu sei que ela não está, principalmente agora que as seções de quimioterapia começaram, passei essas férias acompanhando ela, fazendo tudo o que ela precisava. Desde sempre foi somente eu e ela, ter que deixá-la para voltar para o internato parte meu coração, meu lugar é aqui ao lado dela só que ela não entende isso.

Minha mãe é bem cabeça dura e desde do ano passado quando ganhei a bolsa ela faz questão de que eu permaneça lá, as vezes penso que ela não me quer por perto ou talvez ela queira que sua filha tenha um futuro brilhante, pelo menos é o que ela fala pra mim, eu só volto para o internato pois sei que Margaret e Dave - nossos vizinhos - estarão aqui cuidando dela e me ligaram caso seja necessário.

Assim que desço as escadas vejo a porta da casa aberta e Dave terminando de colocar minhas malas no porta malas de seu carro, ele quem me leva de volta para o internato ou vai me buscar, eu tenho muito carinho por ele e Margaret, eles já fizeram tanto por mim e pela minha mãe, são os tios que eu não tenho e me arrisco a dizer que ele é como o pai que nunca tive, vejo que minha mãe esta na cozinha e vou ate ela.

— O que a senhora está aprontando? - falo assim que entro na cozinha, ela leva um susto e guarda um papel na gaveta, não consegui identificar se era do hospital ou alguma conta, mas ela parece um pouco nervosa — Tá tudo bem mãe? o que tinha no papel? é alguma coisa do hospital? olha se for alguma complicação eu fico aqui com a senhora e a gente resolve..

— Não é nada minha querida, só uma conta que veio um pouco mais alta e você que entrou de repente aqui, só levei um susto, não se preocupe eu estou bem e vou está melhor ainda quando você estiver dentro daquele carro indo para o colégio para voltar a estudar, se não fosse meu problema de saúde diria que só quer ficar para ter menos trabalho escolar.

Ela solta uma risada pelo o que acabou de falar e eu a acompanho, vou sentir falta de vê-la todos os dias, sem hesitar eu lhe dou um abraço e ela logo retribui, é um abraço um pouco demorado já que iremos passar um bom tempo sem fazer isso.

— Eu te amo tanto, a senhora não sabe o quanto dói ter que deixá-la aqui - dito isso eu a abraço com mais força.

— Eu sei meu amor e eu te amo muito mais, você é a pessoa mais importante da minha vida, mais você sabe não pode desperdiçar essa chance.

Sinto como se a qualquer momento eu fosse começar a chorar, então sei que chegou a hora de ir, me solto do nosso abraço, vou em direção a porta onde Dave já me espera dentro do carro, antes de sair olho para onde minha mãe está e como imaginei ela esta com um sorriso no rosto me olhando e de longe ela diz.

— Boa sorte querida nesse novo ano.

— Obrigada mãe.

Sigo em direção ao carro de Dave e assim que entro no veículo me permito por um momento soltar as lagrimas e desfazer o nó que havia se formado em minha garganta. Dave diz um "sinto muito" e da a partida no carro e assim seguimos direto para o internato.

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