"hora do entretenimento menino." -oiço uma voz rude abrindo a porta horrivel que trazia luz forte para dentro daquele quarto. fazia os meus olhos arder. ardiam tanto que tive de fecha-los com força e sentir algumas lagrimas escorrer pelo meu rosto. levantei-me lentamente deixando cair a minha franja para os olhos. eu odiava esta hora do entretenimento. tao deprimente e nao me entretem nem um bocado. andei por aqueles corredores sem dizer uma palavra. passando aquela porta grande para a sala onde nos deveriamos entreter, olhei em volta algo estava diferente. alguem estava a mais naquela sala. cabelos castanhos claros, sentada numa cadeira a desenhar alguma coisa. pensei em aproximar-me. poderia eu assusta-la? estava com um pessimo aspeto e nem precisava de me ver ao espelho para o saber. ela parecia feliz no seu pequeno mundo sorrindo docemente para o que fizera como se fosse as melhores artes do mundo. andei ate a pequena mesa aproximando-me e vendo o desenho dando um grunhido um pouco alto de mais de susto. ela tinha desenhado uma menina a matar outra e havia muito sangue e facas e.. quando ela ouviu o meu grunhido vira a cara assustada olhando parecendo que a respiraçao dela estava a faltar, respirava muito pesadamente e rapido, ela tapou os seus ouvidos olhando em volta e olhando-me junto com isso e entao ela começou aos gritos, agarrando os seus cabelos, remexendo-se, eu fiquei tao assustado que dei uns passos para tras tropeçando nos meus pés e caindo para tras e encostando-me a parede os seus gritos quase me perfuravam os ouvidos, odeio gritos, é como se o som entrasse na minha cabeça e fizesse eco dentro dela, vendo umas enfermeiras agarrarem-na e a levarem. ela devia de estar a ter um ataque. talvez seja como eu, ou como outra pessoa daqui tenha. eu oiço vozes dentro da minha cabeça, repetindo que fui eu, fui eu que o fiz. eu sei que nao é verdade, eu sei. a minha mao doia, decidi ver o que tinha. sangue, escorria sangue por toda a minha mao. tinha-me espetado com um vidro qualquer que ali estava, nao percebendo porquê. num hospicio nao se deveria ter vidros espalhados pelo chao, nao se sabe o que pode acontecer. lambi a minha mao, fechando os olhos enquanto saboriava o meu sangue. um pouco estranho mas sempre gostei do sabor desde pequeno.
"o que pensas que estas a fazer?" -uma voz irritante falou. apenas encolhi os ombros nao estava com paciencia para merdas das efermeiras, se tivessem mais cuidado com o que deixam pelo chao isto nao acontecia. "levanta-te! como fizes-te isso?"
"com a peça do jogo. cai e aquilo espeto-me." -menti guardando o vidro no bolso da bata horrivel que eu usava. sabia que poderia precisar disto.
"anda vamos cuidar disso." -fui atras dela , que me levava á enfermaria, passei por uma sala e vi uma menina sentada no canto olhando para o teto. era ela. a rapariga de cabelos brilhantes e castanhos. ela era tao linda. o rosto, os cabelos, ate mesmo o corpo..
"tas a espera do que? vamos." -ela ouviu a voz e olhou me, olhou-me fixamente. continuei a andar com a enfermeira ate a sala...
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̶n̶i̶g̶h̶t̶m̶a̶r̶e̶
Mystery / Thriller{"aquela noite. a noite que me arruinou. que me levou aqui. nao fui eu. eu juro que nao fui. eu nao faria uma coisa dessas. nao." -chorava sem parar agarrado as minhas pernas balançando-me. "nao fui, nao fui." -repetia vezes sem conta enquanto ouvia...