Little Dark Age

Capítulo Único

"Ŋαdα é αbsσlutσ.Tudσ றuda, tudσ હe றove, tudσ girα, tudσ vσa є deહaparєcє."
-Frida Kahlo
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As paredes eram tão sufocantes, elas pareciam menores do que Ray se lembrava.Ele já esteve ali antes quando descobriu junto de seus amigos, que sua mãe fazia tráfico de crianças e teve que depor naquela sala de interrogatório.

Ele era uma criança, todavia, já era agruto em demasia e não era imaturo.Isso foi o
suficiente para lhe chamarem.

O depoimento, juntamente das provas que reuniu com a retidão de Ray e Emma foi importante para colocar sua mãe na cadeia e agora com dezessete anos, Ray viu as consequências de mexer com Isabella.

Seu pânico estava correndo seu âmago, ele era péssimo para lidar com o luto, por isso curvou-se como uma criança assustada e chorou de frustação e dor sem acreditar que seu amigo estava morto.

Aquele idiota...se sacrificou por ele...maldito seja...

Flashback on

-Você dormiu na biblioteca de novo.-Norman disse assim que viu seu amigo abrir os olhos sonolentos.

Ray pareceu injurioso e esforçou para encontrar a realidade depois do sonho.

-E por acaso, você estava sendo estranho o suficiente para me ver dormir?-Ray acusou sarcástico e Norman sorriu bonançoso.Ele deveria saber que estava no controle.

-Na verdade, é interessante te ver dormir, o único momento que sua expressão não é uma carranca indiferente ou mal-humorada!

Ray revirou os olhos cansado para discutir, enquanto Norman gargalhava baixo.

Mas Ray achava interessante a idéia de que Norman o observasse enquanto dormia.

Apenas não diria.

-O quê você ficou fazendo a noite toda aqui? Não te vi nos dormitórios, as regras daqui são rígidas, talvez você seja punido...-Norman disse probo.

-Eu já te disse, estava investigando sobre esse orfanato, tem algo estranho sobre ele.

-Você ainda desconfia da sua mãe?

-Sempre desconfiei.

Ambos ficaram em silêncio por alguns instantes, Ray fitava Norman com um olhar analisador e Norman tinha o olhar calmo sobre ele ponderando os fatos.

Ray achava os olhos de Norman uma das coisas mais belas já feitas.Aqueles olhos eram solertes e impactantes de um modo surreal e inacreditável.E sempre tinha um assomo de presunção.

Norman achava as madeixas negras que deslizavam sobre seu rosto a coisa mais bonita em Ray.Ele admirava as mexas macias e a expressão caborteira e indiferente.Era único.

-Eu contei a Emma.-Norman murmurou.

-Ah!Eu sabia que você não iria resistir!-Ray esbravejou.-Não era para contar agora, Emma é impulsiva e irracional, ela...

-Eu sou prudente.-Norman disse pegando o punho dele que fora em direção a gola do seu uniforme branco e segurou calmamente aproximando seus rostos.-Orientei Emma a não fazer nada.