O Universo É O Limite.

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18:00 da noite, Jungkook andava apressado, quase correndo, precisava chegar rápido no ponto do ônibus, não queria chegar atrasado em sua casa, dessa vez não. Sabia que seu irmão, o Jeon mais velho, o esperava ansioso para maratonar a saga de Harry Potter, e já tinha perdido as contas de quantas vezes, ele e seu hyung, já tinha assistido aquela saga.
Bem verdade que, Jeon Jungkook só queria tomar um banho, comer e descansar, depois de um dia exaustivo.
O seu trabalho era puxado, mas, poxa, ele tinha lutado tanto por uma vaga na biblioteca principal de Seul, então para si, todo aquele esforço valeu a pena.

Assim que avistou o ponto de ônibus, foi quando começou a correr, porém parou, ao chegar no ponto, e sorrir ao ver o ônibus que ele sempre pegava naquele horário.
O ônibus parou bem na sua frente, Jungkook correu para ser o primeiro a entrar subindo os três degraus do veículo, passando o cartão, e com os olhos procurou um bom lugar para sentar, avistou um local perto de uma janela andou ate lá, e sentou-se. Procurando o seu celular e seu fone, achou o mesmo no bolso de sua jaqueta de couro falsa preta, enrolado no fone, desenrolou os fios com cuidado, desbloqueando o celular indo no spotfy em sua playlist, e assim que escutou a melódia da voz de Conan Gray cantando perfeitamente as letras de Maniac, relaxou os músculos, e por alguns segundos, fechou os olhos viajando em seu próprio mundo, na sua própria bolha, como se fosse um asteróide perdido no universo, ou até uma estrela, já cansada de brilhar.

Jungkook era assim, um garoto cheio de planos para 2021, mas um dos que só queria uma vida normal, curtindo uma das músicas mais ouvidas pelos jovens, porém, música para Jumgkook não era só uma batida, era mais que isso, através das músicas ele se expressava, através delas, ele podia falar, era elas que mostravam a sua verdadeira personalidade, Jungkook se via como uma música, e a cada melodia que passava em seus ouvidos, ele podia saber que uma parte de si estava naquelas letras.

Para conhecer Jungkook, bastava conhecer sua playlist.

Vinte longos minutos se passaram, ate o ponto de parada, perto de sua casa.
O ônibus parou e Jungkook abriu os olhos, se levantando, apoiando-se nos estofados do veiculo, viu as portas traseiras se abrirem, e desceu, com o celular em mãos.
Viu o ônibus partir, e Jungkook pôs se a andar em direção a sua casa, cantando agora Shoot me de Day6, qual é, Jungkook gostava de tudo um pouco.

Avistou sua casa, e um sorriso apareceu dançante em seus lábios, assim que chegou no portão acatou as chaves em seu bolso traseiro, abrindo, e colocando os pés para dentro do jardim de sua casa, trancou novamente, e verificou tendo a certeza que tudo estava correto. Foi ate a porta de madeira tocando a maçaneta, e abriu, tirou seus sapatos sujos calçando suas sandálias e andou de uma vez para a sala, seus olhos tiveram a visão de seu irmão, arrumando tudo ali, colocando os lanches sobre a mesinha de centro, com o controle em uma de suas mãos.

-Hyung, cheguei.- O mais velho se virou o encarando e sorriu.

-Jungkook corra e tome um banho, já está tudo pronto, ande logo.- Jeon Jeungin não era tão paciente como o Jungkook, na verdade, eram poucas as diferenças entre eles, mas eram diferentes o bastante.

-Aish... Certo, certo.

Subiu correndo para o seu quarto, tirou todas as peças de roupas que estavam em seu corpo, jogando em qualquer lugar, chutando até. Deixou as sandálias na porta do banheiro, e fechou a porta correndo para o boxe, ligando o chuveiro sentindo a água gelada sobre seu corpo fazendo os pelos que ele não sabia que existiam  se arrepiarem, tomou um banho apresado, como um "pulo de gato", enrolando a toalha em sua cintura, saindo do banheiro, calçando outra vez suas sandálias caminhando ate seu guarda roupa, procurando uma muda de roupas confortáveis, como uma peça íntima confortável, junto uma calça moletom e uma blusa de manga longa, se trocou, descendo rápido até a sala, praticamente se jogando sobre o sofá, ao lado de seu irmão.

-Vamos começar... Estou com fome...- O mais novo disse, vendo o Jeon mais velho dar o play no filme, pegou um pacote de salgadinhos que estava sobre a mesinha de centro, abrindo e começando a comer, tendo agora seus olhos vidrados na TV.

Do outro lado daquela mesma cidade, um garoto cujo nome era Park Jimin, escrevia mais uma carta, em lágrimas, soluçando, tendo uma enorme dor em seu peito.

Park Jimin teve novamente uma crise, a ansiedade do mesmo o atacava, estava farto daquilo tudo, sua mente o deixava desesperado.

E naquela carta ele escrevia:

"Espero que um dia eu possa te encontrar, meu verdadeiro amor, e que toda essa minha dor, possa ir embora, mas uma vez estou aqui desejando você, mesmo não sabendo quem ao certo seria você, espero que sejas meu conforto, sejas como a água que da vida a esse planeta, ou ate o ar que vida a todos esses seres humanos, desejo que seja a estrela que mais brilha em meu céu escuro, desejo você."

Acendeu a sua preciosa vela, e levou a ponta do papel, ate o pequeno fogo que queimava na ponta daquela vela, e queimou mais uma carta.
Pensava que assim, o vento levaria todas as cinzas daquele papel, ate seu desejo.

Mas oque o seu desejo sentia era como uma chama que queimava seu coração.

Jungkook naquele exato momento, estava bebendo um copo de água bem gelado, enquanto sua mão massageava o seu peito, com o coração "queimando" e acelerado o bastante a ponto de ter um ataque cardíaco.

Jimin fazia o coração de Jungkook queimar.
E Jungkook... Poderia ajudar o Jimin com seus problemas?
Ate onde isso tudo poderia levar?
Até onde o Jimin poderia fazer o coração de Jungkook queimar?

Jimin sabia que o universo era o limite.
E o seu universo era Jeon Jungkook.
Só que ambos não sabiam disso.
E talvez, nunca ficassem a par disso.

Cartas queimadas. •Jjk + Pjm•Onde histórias criam vida. Descubra agora