Capítulo Único - Obito e konan

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"Estou vendo a dor,
estou vendo o prazer.
Ninguém além de mim,
além de você, além de nós.
Corpos juntos...
Adoraria te abraçar junto a mim,
essa noite e sempre[...]
Conversas de travesseiro
Meu inimigo, meu aliado
Prisioneiros...
Estamos livres, e é excitante"

KONAN

As paredes úmidas e escuras da sede da Akatsuki me deixavam ainda mais deprimida. A maioria dos membros da organização estavam espalhados pelas nações a fim de rastrear e sequestrar as bijus. Por enquanto estava no QG descansado, mas logo sairia em uma nova missão... Me sentia melancólica demais e a chuva me ajudava a refletir.

Notei a figura do mascarado misterioso passando apressadamente para seu quarto e estreitei os olhos. Há tempos que estava desconfiada daquele cara, não engolia a história de querer se passar por Madara e depois simplesmente dizer que se chamava Tobi sem nos dar qualquer indícios de seu passado.

Sua estupidez não me enganava, ele sabia bem mais do que demonstrava e sua máscara era um lembrete de que não era confiável. Pain também estava desconfiado, por isso nos mandou em uma missão no País do Vento. Teríamos que sondar o Kazekage, conhecer sua rotina e observar as brechas que seriam usadas para o sequestro.

- Já sabe a hora que irão partir? - Pain apareceu atrás de mim e eu o encarei com minha costumeira cara de tédio.

Olhar para aquela aparência que antigamente me trazia paz se tornara um verdadeiro martírio para mim. Há muitos anos aquele corpo não pertencia mais ao homem que um dia amei, e olhar para aqueles olhos malditos me faziam ter essa certeza.

- Partiremos nesta tarde - disse sem humor e desviando o olhar - Ele disse que precisava de um tempo e dei até às duas.

- Hum, tempo demais. Melhor saírem agora e não se esqueça, seja discreta.

- Eu sempre sou - me levantei e caminhei pelos corredores até encontrar a porta de Tobi.

- Konan? Tobi ainda precisa de um tempo.

- Você já teve seu tempo, estamos atrasados.

- Mas Konan tinha deixado Tobi se organizar até às duas... Ainda não são duas... - disse fingindo olhar em seu relógio imaginário no pulso.

- Pegue suas coisas e me encontre na sala em dois minutos. Já esperamos demais, Pain nos mandou partir agora.

Peguei a pequena bolsa com suprimentos e algumas roupas que havia deixado separado e coloquei por baixo da enorme capa negra. Para minha sorte, o mascarado não demorou a aparecer.

O percurso todo foi feito em silêncio, ele parecia sério pela primeira vez na vida. Não fazia piadas inconvenientes ou tentava parecer tolo. Claro que Deidara não estava por perto, então isso mudava um pouco as coisas, já havia notado que ele gostava de irritar o loiro de temperamento explosivo.

Horas depois a chuva começou a aumentar, não tínhamos condições de continuar até o País do Vento naquele ritmo.

- Vamos parar naquela pousada - disse por entre a chuva e ele assentiu.

Assim que chegamos, solicitei a chave de dois quartos entregando uma ao mascarado em seguida.

- O jantar será servido em breve, vou tomar banho e comer no quarto. Não precisa me esperar. Iremos sair ao amanhecer.

Segredos Obscuros - O mascaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora