Capítulo 2 - O meu medo é o medo de muitas

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Logo depois de tudo que aconteceu, mandei uma mensagem para Cristian dizendo que eu tinha que resolver assuntos pessoais. O tanto que eu estava tremendo, na mensagem estava cheio de erros ortográficos, mas eu não ligava para isso.

Peguei um Uber, e era notório que eu estava extremamente nervosa com tudo o que tinha acontecido. A minha boca estava ressecada e meus olhos estavam marejados. Eu não tinha conseguido chorar ainda. Acho que a ficha ainda não tinha caído com o que o acontecido e eu esperava que minha mãe não tivesse acordada.

Sempre quando eu abria a porta fazia muito barulho e minha mãe sempre acordava. Tentei fazer o mínimo barulho possível, mas foi em vão, ela estava sentada na poltrona lendo seu livro sobre educação financeira.

Somente a luz do abajur estava acessa, e ela não conseguia me ver direito, mas sentia que alguma coisa estava errada. Mesmo vendo-a, não tive coragem de chorar. Eu estava um pouco em choque com tudo o que havia acontecido.

— Chegou mais cedo.

Seus olhos tentavam encontrar algum problema, mas eu tentava disfarçar sabendo que ao acender a luz ela veria o estado em que eu estava. Fiquei parada feito uma estátua. Minha mãe também não tinha reação enquanto eu não sabia o que falar ou o que fazer.

— O que aconteceu? Chegou mais cedo.

Ela levanta para acender a luz e eu dou um passo para trás:

— Não acenda!

Eu estava envergonhada.

Dentro de mim sabia que a culpa não era minha, mas meu corpo sentia repulsa do que tinha acontecido. Minha mãe, já em pé, me olha com os olhos cerrados e eu respiro fundo dando a volta no sofá.

— Aconteceu uma coisa.

— Que sangue é esse nas suas pernas? — ela corre os olhos por todo meu corpo apavorada.

Até então eu não tinha dado importância ao sangue, mas meu corpo estava entorpecido. Eu sentia uma ardência no meio das minhas pernas, e agora que eu notei que eu estava sangrando, meus joelhos estavam ralados pelo impacto que o homem — se isso pode ser chamado de homem — me jogou na caçamba de lixo.

Minha garganta estava doendo. Ainda eu podia sentir suas mãos me segurando forte.

— Filha, fala comigo, por favor.

— Mãe...

Eu não conseguia.

Tudo em mim travava. Tudo em mim não queria dizer nenhuma palavra.

— Eu preciso de um banho. — completo.

Jogo meus sapatos de salto alto próximo ao sofá, e minha mas vai o mais depressa possível atrás de mim em direção ao banheiro.

— O que houve, Lívia?

— Mãe, por favor, nos falamos depois.

Ela segura em meu braço fazendo-me virar para ela. Seus olhos estavam marejados. Ela já sabia, mas ela queria ouvir da minha boca.

— Isso realmente aconteceu?

— Sim.

— Precisamos ir a um médico, Lívia. Imediatamente e abrir uma ocorrência. — sua voz estava aflita.

— Eu não quero.

Abaixo a tampa da privada e sento, desabotoando os botões do meu vestido. Eu olhava para a parede lembrando exatamente o que tinha acontecido.

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⏰ Última atualização: Jan 20, 2021 ⏰

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