Forget
Capítulo 1: Dor
Dor. Apenas pensamentos sobre isso povoava a mente de Carter no primeiro momento em que começou a recobrar a consciência do pôs sono. Sua cabeça doía e seus músculos gritavam de cansaço. O que quer que tenha feito na noite passada havia excedido, e muito, seus próprios limites.
Mesmo já consciente, Carter não conseguiu sequer pensar em levantar. As dores em seu corpo o impediam. O que ele fez? Jogou rugby ou lutou contra alguém em algum ringue aleatório? As dores de Rugby eram um pouco mais intensas e menos agoniante, logo descartou a possibilidade.
O tempo em que passou como boxeador amador também não foi muito, então duvidava que enquanto bêbado teria saído pra lutar. Muito menos teria arranjado uma briga de bar.
Sua posição não permitiria, e mesmo semiconsciente sabia cuidar de suas ações.
Pelo menos ansiava esperançoso.
Depois conseguir seus pensamentos em ordem, Carter tratou de tentar lembrar o que havia feito noite passada. Nada vinha, apenas a dor constante da ressaca, e isso o deixava com um sentimento deplorável. Quando tinha sido a última vez que havia bebido tanto?
Conseguia lembrar perfeitamente, mas preferiu enterrar as lembranças novamente em um lugar para as esquecer mais uma vez. Carter não se sentia pronto para enfrentar tais memorias. Não ainda.
Vendo que não teria sucesso algum em lembrar, finalmente Carter abriu os olhos.
Em primeiro momento esperou ver seu quarto escuro, pouco mobiliado e com as janelas fechadas por causa dos ventos do quase inverno que se aproximava a cada dia que passava, com sua gata Marrine esfregando suas patas na porta tentando o acordar pedindo por comida.
O que Carter viu foi um quarto muito bem iluminado, com uma decoração discreta, e paredes em vários tons de laranjas. Definitivamente não era seu quarto. Com o susto sentou-se na cama atordoado e o rápido movimento o derrubou novamente na cama desconhecida.
Respirando o mais pausadamente tentou manter a calma enquanto pensa rapidamente no que fazer. Na ansiedade, susto e tensão, Carter acabou não percebendo um braço rodear sua cintura. Abruptamente o dono do braço o puxou para o seu lado, colando de leve seus corpos.
Sua respiração parou e o novo susto o deixou nervoso. Carter lentamente olhou para o lado e encontrou um rosto adormecido contorcido em agonia, ressonando irregular como quem estivesse tendo um sonho ruim.
Quando viu aquele homem, que não deveria ser mais velho que ele, deitado e dormindo, tendo visivelmente um pesadelo, começou a acalmar-se. Um Serial Killer não faria tal expressão ao lado de um desconhecido.
Por alguns segundos pensou em acordar o homem e falar que tudo iria ficar bem.
A ideia foi embora tão rápido quanto veio.
Não seria ele que iria confortar um desconhecido. Não quando nem ele próprio merecia conforto. Aquilo não era da sua conta.
Mesmo sem muitas pistas sobre o que poderia ter acontecido noite passada, Carter já havia chegado a uma conclusão. Uma bem obvia. Ele e aquele desconhecido havia dormido juntos. E não na forma puritana e recatada.
Aquela conclusão ficou mais obvia depois que se observou-os aos dois e comprovou que ambos estavam nus. Carter aos poucos começou a sentir incomodado aos poucos. A falta de memória sobre a noite passado o incomodava.
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Forget - Memories
RandomA dor e o esquecimento nunca haviam sido tão mal vistos. Beber para esquecer, já diziam. Carter, como um bom quase alcoólatra utiliza-se com frequência desse ato de beber e perder a memoria para se sentir melhor. Para aliviar seus problemas com o tr...