Capítulo 1: Laboratório

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Brasil, Rio de Janeiro - RJ
19/09/2099 - 20h

O piscar da forte luz branca na sala acolchoada, amarrado e desacordado em cima de uma maca, estava a pequena figura, de pele e cabelos negros. Perdido no meio de seus pensamentos. Um grunhido de dor escapou de sua boca, enquanto lentamente abria seu olhos dourados que analisavam as paredes estofadas sujas e já amareladas com o passar dos anos. Por que estava lá? Será por causa de suas pupilas em formato de cruz? Uma porta quase imperceptível se abre ao lado do garoto, revelando um rosto masculino perfeito, feições masculinas bem definida, pele pálida, olhos dourados opressores, usava um jaleco branco assim como de um cientista.

– Oh, ótimo, finalmente acordou, pensei que estivesse morto.

Disse o homem que esboçava um sorriso gentil, porem, com más intenções, e o garoto já sabia que de bom e gentil aquele homem não tinha nada. O garoto o encarava tão furiosamente, que causou uma reação impulsiva de puro ódio, um rosnado. O homem se aproxima para sedar o menino, porem o garoto tentou pular para morde-lo mas as amarras em seu pescoço o impediram.

–Ora! - disso o homem com desgosto - Não acha que é muito ódio para uma criança? Acho que vou ter que por uma focinheira em você.

Disse o homem enquanto dava um tapa tão forte no menino que arrancaria sangue de sua boca. Após tirar suas amarras e o levar pelos corredores em uma maca que fazia um som terrível por ter uma das rodas defeituosas, deixaria o menino dentro de um quarto, o mesmo de sempre, com apenas uma cama que era próxima ao chão, o mesmo quarto que, todos os dias e noites, era deixado após cada sessão de experimentos, e seria assim desde seus 4 anos de idade, todos os dias ele passava por testes físicos e mentais.

23/09/2099 - 7h

A porta do quarto se abria e revelava a face do mesmo homem de sempre, o carrasco da sua vida. Havia com ele mais dois homens vestindo coletes e segurando armas de fogo.

- Vamos, acorde, esta na hora de fazer seus testes físicos. - disse alto enquanto batia palmas -

- hmm - O menino resmunga -

- Você vai levantar ou quer que eu vá até ai para te tirar dessa cama? - disse o homem em tom de ameaça enquanto seu rosto fechava -

- Não, eu já estou indo - respondeu após ser coagido -

Ele se levanta e arruma a cama, mesmo havendo apenas um lençol e um travesseiro naquela cama não tão confortável. Andando pelos corredores ele via varias crianças enfaixadas, com hematomas e até mesmo com próteses, o menino tinha o habito de ficar observando as coisas, talvez estaria analisando cada metro quadrado ou só tentando enganar sua mente e deixar o lugar cinzento um pouco menos desagradável. Chegariam a um refeitório onde haveriam algumas crianças conversavam em grupo em mesas separadas, eram como o garoto, tentando deixar aquele lugar menos desagradável.

- Ei moleque, sai logo da fila. - disse um dos homens servindo a comida -

Aquilo seria mais uma ração doque comida, era sempre a mesma gororoba: barra de cereais, mingau de aveia, água ou suco de laranja. O menino pega a bandeja com a comida enquanto é empurrado por outras crianças que vinham atras dele, ele se senta afastado dos outros, gostava de ficar sozinho, mas outras crianças ali não gostavam de vê-lo sozinho, B12 e B13.

- Comendo sozinho de novo, que coisa feia se afastar dos amigos - disse B12 -

Um garoto carismático e altruísta, sua um pele branca com alguns sardas nos braços e rosto, seu cabelo curto, como de todos lá dentro, de coloração avermelhada e olhos brancos fez com que as outras crianças dessem o apelido de fosforo para ele.

SollariOnde histórias criam vida. Descubra agora