Querido diário... HIATUS

O diário

Jonas Waterhouse, um garoto comum do subúrbio do Brooklin, morava com seu pai e sua irmã Emíli, sua mãe havia morrido quando tinha completado seus 6 anos, e desde então eram apenas os três.

Jonas sempre foi alguém que odiava ler, chegava ser cômico já que seu pai tinha uma biblioteca embaixo de casa. Graças às férias de verão não precisaria aguentar a maldita escola, porém precisaria escutar sua irmã cantando algumas péssimas músicas de Kpop.
Algumas vezes ajudava o pai com a organização da biblioteca, outras vezes ficava jogado no sofá com a bunda para cima, se fosse para Jonas representar sua vida em uma palavra, seria "Um saco", não era um garoto mimado ou aqueles revoltados da vida, era apenas muito entediado.
E como não iria ser diferente, naquela quinta feira quente, Jonas se encontrava jogado no chão da sala olhando o ventilador de teto que girava eternamente.

-Você é muito panaca!-Emili falou assim que entrou na sala com algumas sacolas do mercado.-Eu estava te chamando a meia hora, e você fingindo que não ouvia!

-Uhhum...-Murmurou baixo, estava em um tédio infernal que nem estressar sua irmã conseguia.

-Se eu jogar um repolho do seu lado é mais provável ele se mexer que você!-Emili comentou revirando os olhos.

-Quem irá me ajudar lá embaixo hoje?-O pai de ambos falou assim que desceu as escadas com o cabelo molhado e uma toalha no ombro.

Samuel Waterhouse não era o homem feio, aos 45 anos os cabelos grisalhos eram um charme, parecia aqueles galã de novelas antigas, tinha um rosto lindo e um físico aceitável, Jonas e Emili puxaram os cabelos escuros do lado materno, Emili puxou os olhos da mãe, já Jonas, puxou os olhos escuros de algum familiar.

-O Jonas!-Emilia falou guardando as últimas compras.-Eu acabei de chegar, vou tomar um banho e preparar o almoço.

-Porque não posso fazer isso?-Jonas reclamou ainda deitado no chão.

-Não queremos a ilustre presença dos bombeiro novamente meu filho!-Samuel falou rindo.-Abra a loja, já estou chegando lá.

-Tsc...-Jonas sibilou enquanto levantava.

-Chegou uma nova coleção de livros, poderia os guarda na instante dos fictícios?-O homem falou sorrindo enquanto subia as escadas sem esperar a resposta do filho.

(...)

-Abrir loja, odeio isso...-Jonas sussurrava enquanto entrava na loja.-Odeio esses livros...

Abriu a loja colocando a placa de "aberto" e logo levando as caixas do livro novo para a sessão indicada, era super entediante... quando terminou, agradeceu aos deuses pelo fim daquele tormento, quando estava prestes a sair acabou tropeçando em seus próprios pés caindo de cara no chão.

-Meu dia já está começando muito bem.-Falou baixo, estava preste a se levantar quando olhou embaixo da estante, no fundo havia um livro.-Essas pessoas pegam os livros e não sabem o devolver com cuidado...

Se arrastou e enfiou o braço embaixo da estante, esticando o máximo, as pontas dos seus dedos travavam aquela batalha tentando pegar o bendito livro. Após longos segundos conseguiu o arrastar para fora.

-Você saturou o resto do meu dia!-Falou sentando no chão e encarando o livro em suas mãos, e uma coisa chamou sua atenção.-Porque não tem um título?

Abriu o mesmo e dentro não havia absolutamente nada.

-O primeiro livro que vou ler na vida!-Falou rindo baixo.

Passou as folhas em busca de algo, mas ele estava em branco.

-Jonas??-Escutou seu pai o chamado na frente da loja.