Da esperança que criei

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Da esperança que criei, foi em vão, como eu pude me deixar levar pelo desespero da razão, de querer sempre que eu me levante, com um sorriso no rosto, como se tivesse sido contemplada pelo bem-te-vi do contentamento, sendo que a face antiga e esperançosa se desfez com um estalar de dedos, graças ao pecado, e a falta de fé, só me restou a solidão. O que me sobra ainda são as veias que aceleram meu coração, me fazendo ficar viva no desespero da razão, me fazendo ter algo que não quero, esperança no pomar da decepção.


No silêncio, escuto berros da minha alma, pedindo socorro a um Deus, a dê de volta à alma limpa que ela tinha, acabe com os pecados que ela não tinha, e fim a aflição que sucumbe nesse mar sem travessia, no vazio que antes não a consumia. Agora o que resta para a alma fazer é carregar um corpo vazio, com vidros dilacerando o peito forte de veias que com a chama do pecado às vezes viram cinzas, não ressurgidas. A alma está no estágio final, de ter que carregar mais uma vez aquele corpo que de manhã, só se levanta quando é necessário, que só come para passar o tempo horário, que de noite se deita no colchão mole a macio, e grita aos berros no travesseiro, cansando de ter que consumir aquele maldito choro que faz o corpo se desfocar do presente. O que faz da alma necessária, é aquele corpo ainda ter veias percorrendo seu coração, em chama ardente, a fazendo ficar viva e lutando contra a razão.

Através Da Janela, Um Sol Esperançoso À Espera Onde histórias criam vida. Descubra agora