Contos que fazem iludir

Matteo & Lana

Nova manhã, mas não se engane tão fácil caro leitor, não é mais uma manhã como as outras, é a última do ano letivo.

Para ser mais exato é o dia de formatura da escola em que Lana estuda. Eu seria hipócrita se apenas contasse minhas partes favoritas dessa história, então deixarei você entregue aos pensamentos dela mesma.

                                               Lana

Ultimo dia na escola, dá pra acreditar? passei anos naquele lugar onde vivi tantas coisas, nervosos, alegrias, tristezas, conheci novos e velhos amigos, não posso nem descrever direito. 

Hoje é o dia em que todos se arrumam, ficam perfeitamente bonitos e alinhados com seus trajes mais formais, para finalmente receberem um canudo vazio simbolizando nosso diploma de fim de fundamental,  nos despedirmos de nossos loucos amigos e finalizamos uma fase de nossa vida para começar outra.

Mas estou me enchendo de pensamentos sobre fim e despedidas quando na verdade eu deveria é estar arrumada para poder ir me arrumar. Não entendeu? então deixa eu descrever pra você.

Passo do quarto pro banheiro, prendo meu cabelo com uma faixa azul e amasso com as mãos meus cachos para que peguem forma logo; visto uma roupa qualquer rápido e antes de sair, deixo meu vestido de gala já estirado em cima da cama, ao lado da maquiagem e do salto.

Entro no salão junto á minha mãe, ela vai falar com a cabelereira enquanto observo o lugar, tem tanta gente, desanimados enquanto esperam sua vez de ser atendido, ou olhando amarguradamente para a única televisão com som baixo e legenda bagunçada que há. Quando finalmente sou atendida, me sento em uma das cadeiras acolchoadas e fico me encarando no espelho, será que estou sendo fútil esperando que alguém me ajeite? ou não tem nada de errado fazer algo para si mesma, esperando a sensação de auto estima alta ou de estar mais bonita que já sou?

Pra não me entregar aos pensamentos, prefiro mandar mensagem aos meus amigos.  Cada um  estava se arrumando também e o tempo não ajudava, tudo tinha que ser rápido.

E eu só conseguia ficar pensando no meu nariz que ardia com o cheiro da química e da chapinha que tinham passado no meu cabelo, mas agora que ele estava quase finalizado eu já podia abri um sorriso, porque, Caramba! eu estava muito bonita!

Meu celular vibra quando chego em casa, era o Matteo mandando mensagem, por mais que eu gostasse de conversar com ele e passar horas, eu tinha de descer logo já que o carro que iria nos levar tinha chegado.

Indo o mais rápido possível já que não tinha tantas pessoas na rua chegamos rápido, e eu andando rápido como um pinguim por conta do salto logo marquei presença e fui tirar as fotos. Confesso que minha vergonha era notável, nunca tinha ido na escola tão arrumada e todos meus colegas reunidos pra marcar aquele momento em fotografias.

Obviamente depois de ter de fazer poses e sorrisos, perambulei pelos corredores a procura de um rosto familiar, subia pelas escadas e via cada um que conhecia a tirar fotos com seus amigos em seus celulares, poses a todos os lados. Enquanto brincava com a enorme beca que eu tinha pego, alguém se aproxima de mim, não nego que levei um susto, mas fiquei aliviada por estar acompanhada.

Era o Matteo, ele realmente estava deslumbrante, eu não tinha visto ele tão arrumado desde o dia em que fizemos um passeio no parque, ele sempre foi bem autentico, nunca o vi mudar por moda ou influência, acho que ele sempre foi ele mesmo, é uma das coisas que mais gosto nele, apesar de várias outras, essa é a que mais me chama atenção.

Com um singelo Oi eu o cumprimento mas ele não diz nada por alguns segundos, apenas fica me olhando calado, nem o barulho alheio o desperta de sua fixação, foi engraçado pois a expressão dele era muito boba, então decido reforçar o OI que finalmente é correspondido.