Capítulo I

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— Megan – ouvi meu nome à distância, sorri ao vê Liam me esperando

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— Megan – ouvi meu nome à distância, sorri ao vê Liam me esperando.
— Meu Deus – o abracei. — Que saudade, como você está? Nossa parece que passou um século.
— Estou ótimo, e você também me parece maravilhosa, estava morrendo de saudades da minha pequena irmã– ele disse enquanto me apertava no abraço.
— Não tanto quanto eu! –  finalmente me distanciei de seus braços.
— Quanto tempo vai ficar? – pegou uma de minhas malas.
— Bom, eu consegui usufruir da bondade do papai, e consegui 2 meses e meio. – Vejo a surpresa em seu olhar.
— E como o senhor John está?
— Bem, na medida do possível. Miranda poderia ser uma megera, mas o fazia feliz – ele assentiu um tanto quanto triste — Sabe ele disse que iria vir– sorri.
— Sério? – ele perguntou com um ar de surpresa, mas eu pude ver a felicidade envolvida.
— Ele não perderia por nada, sabe, é o casamento do filho dele, ele com certeza virá – continuei sorrindo, sei o quanto isso é importante para Liam e eu estarei sempre aqui para confortá-lo — E mesmo que ele não venha, pode crê eu não vou soltar sua mão nesse dia, eu estarei lá pra você. Sempre vou está – ele sorriu, era isso que eu queria, seu sorriso.
— Tem certeza que eu sou o irmão mais velho? – neguei rindo. Afinal, eu só consigo ter essa maturidade perto de Liam, ele é o único que eu consigo me apoiar e apoiar ao mesmo tempo, afinal, somos os dois mosqueteiros. Sim, dois.
— O que? óbvio que não, eu sou muito mais sensata do que você querido – mandei um beijinho, nós continuamos conversando enquanto nos dirigimos até o carro no estacionamento.  Foi muita conversa jogada fora, muito papo posto em dia, afinal, fazia 2 anos que não o via pessoalmente, mas não por falta de dinheiro ou condições para viajar, mas sim por falta de oportunidade, nossa agenda nunca batia. Mas dessa vez eu fiz o possível e o impossível para poder vir, pois faria tudo pra vê o sorriso dele e ficar ao seu lado no seu dia.
— Megan, por favor, não seja indiscreta e se comporte - revirei os olhos mais uma vez.
- Liam, pela deusa, eu não sou mais uma criança e já é a milésima vez que você me diz a mesma coisa. Quem deveria estar nervosa aqui sou eu.
— Mas..
— Nada de mais! – olhei pra porta do apartamento, aparentemente era um por andar e suspirei — Abre a porta gênio. – nesse momento ele se tocou e abriu. — Deus tenha piedade – entrei na casa antes do idiota do meu irmão. Olhei em volta e era um apartamento relativamente bonito, os móveis modernos, a cara de Liam para dizer a verdade, mas tinham um ar sofisticado, tudo mérito de seu par.
— Liam? – uma voz calma emanou de algum lugar do apartamento.
— Sou eu – Liam refutou, ele puxou minhas malas até perto do sofá, eu o segui, ainda curiosa e olhando envolta entretida com a decoração da casa.
— Megan está com você? – escutei meu irmão responder, mas eu estava muito concentrada num pote de balas Fini que estava próximo ao rol de entrada, andei sorrateiramente até o pote e peguei algumas.
— Oi? – a voz agora estava do meu lado, dei um pulo para trás com o susto, e acabei soltando as balas.
— Minha nossa senhora do santo desperdício, você quer me matar?! Olha esse desperdício – abaixei rápido pegando as balas, o que não mata engorda.
— Megan! – Liam me repreendeu pela décima quinta vez só hoje.
— Liam, pelo amor de Deus, eu já sei o meu nome, pare de repeti-lo. – O olhei séria.
— Ok minha querida irmã cujo o nome não pode ser dito – quando estávamos prestes a discutir ouvi uma risada.
— Ethan, é um prazer Megan – se apresentou e estendeu a mão no momento em que meus olhos focaram um sua pessoa.
— O prazer é meu. E desculpe pelo transtorno – sorri um pouco sem jeito.
— Não tem problema, você é exatamente igual ao Liam – ele riu, provavelmente das nossas caretas. — exatamente iguais.
— Também não precisa ofender – neguei rindo. Conversamos por um tempo, antes do Liam sair gritando aos quatro ventos que estava atrasado e precisava ir atrás do "Cooper". Mas ele não foi antes de se despedir com um pequeno beijo na minha testa e em Ethan um beijo em seus lábios, fiquei parada olhando o amor deles, realmente era algo bonito, calada observando o loiro ver seu homem sair da casa com um olhar um pouco triste, porém, apaixonado.
— Vocês realmente se amam – constatei com um sorriso, Ethan que pareceu lembrar de minha presença no local, sorriu e concordou.
— Eu o amo mais que tudo, ele me salvou de mim mesmo Megan – falou com certo ar de tristeza — conhecer seu irmão foi a melhor coisa que me aconteceu, eu agradeço a cada dia. – ele sorriu, eu estou curiosa é claro, mas eu jamais perguntaria algo tão íntimo.
— Desejo apenas felicidades para vocês.
— Obrigado – me ofereceu um copo de café e eu aceitei e disse um "obrigada" — Ele está muito feliz que você está aqui, passou a semana falando da irmã incrível que tem, e que não via a hora de te rever, fiquei até com ciúmes – nós encaramos e rimos.
— Cuidado, ele é um ótimo partido.
— Mas também é um péssimo cozinheiro – tive que concordar, Liam sabe muitas coisas, mas cozinhar está fora de seu currículo, ele uma vez conseguiu queimar um miojo, não me pergunte como.
— E também é péssimo em trabalhos manuais – disse lembrando da vez que tivemos a brilhante ideia de fazer um presente para nossos pais, o nosso bichinho de pelúcia se encaixaria perfeitamente em um filme de terror.
— E é péssimo em organização
— É, ele está condenado – rimos.
— Acho que essa frase é para mim. – disse em meio às gargalhadas.
— Desculpe ser tão intrometida, mas eu sei que se eu perguntasse a Liam ele não me diria nada – ele acenou com a cabeça mandando eu continuar — como se conheceram? – falei na maior empolgação, amo ouvir histórias de amor.
— Foi na faculdade, eu estava no último ano – ele deu um pequeno sorriso com a lembrança. — eu era um pouco diferente de agora, um tanto briguento por assim dizer.
— Não é possível – o olhei descrente.
— Bom, eu era um bad boy, e eu fui puxar briga com seu irmão.
— E?
— Eu levei a maior surra – arregalei os olhos, Liam Greene brigando? — Acabei ficando com ainda mais raiva dele, mas um dia bebemos demais e acabou acontecendo. Tentamos negar no início, eu fui o primeiro a fugir, tinha medo de me relacionar, mas ele veio se aconchegando e me deixando me aconchegar também, quando dei por mim já estava apaixonado por esse homem. – eu estava com um sorriso enorme no rosto, assim como meu cunhado.
— Estou muito feliz por vocês, mas se algum dia ele fizer alguma coisa, no mesmo momento eu te ajudo a esconder o corpo – tomei um gole do meu café, como se tivesse dito uma coisa normal do dia a dia. 
— Megan, agora eu posso ser um pouco intrometido? – o olhei, já imaginava o que era, mas mesmo assim confirmei — Eu sei que Liam não tem uma convivência com a mãe, e que você também não. Mas ele nunca entrou em detalhes para me contar e eu nunca quis forçá-lo a dizer, mas se não quiser dizer
— Eu não me importo, acho que é menos doloroso para mim, do que para ele. – dei um meio sorriso — Liam não é filho do meu pai – ele me encarou surpreso. — O nome da nossa mãe é Miranda Smith. Smith é seu nome de solteira, já que ela não está mais casada com meu pai. – suspirei — Antes de se casar com meu pai, Miranda teve um caso com um dos acionistas da empresa e acabou ficando grávida, mas para sua sorte coincidiu exatamente com os dias em que ela estava saindo com meu pai. Acabou que ela para não ser mãe solteira, nem ser expulsa de casa, acabou dizendo que era filho do senhor John Greene.
— Que mulherzinha – dava pra vê a raiva em seu olhar.
— Sim, péssima, mas não é de todo o mal, graças a ela agora eu tenho meu irmão. – ele concordou — depois que ela contou a meu pai, ele se sentiu responsável um mês depois eles casaram, mas Miranda nunca foi uma mulher muito fiel, e quando meu pai disse que queria o divórcio ela tratou logo de engravidar, e foi aí que eu nasci. Com dois anos de diferença de Liam, nós vivíamos uma vida conturbada, porém, feliz. Eu, meu pai e Liam acabamos tendo um laço muito forte, já que o senhor John fez questão de dar todo o amor que Miranda não nos deu.
— Ele parece uma boa pessoa.
— Ele é. Mas até ele, que consegue revelar tanta coisa, não pode aguentar Miranda até o fim, e o fim foi quando tudo foi jogado no ventilador e o verdadeiro pai de Liam apareceu. Nós tínhamos em torno de 16 e 18 anos. -- olhei pra parede buscando forças. — Foi a primeira vez na minha vida que eu vi meu pai tão decepcionado, seu olhar era de tristeza, mas não pela traição de Miranda, mas sim por seu filho que estava desolado em um canto. Eu não sei que tipo de conversa eles tiveram depois disso, mas com certeza fez com que ele levantasse a cabeça.
— E a sua mãe? – perguntou curioso.
— Miranda? Bom, depois de questionada ela acabou gritando e xingando meu pai de todos os nomes possíveis, tinham alguns que eu nunca tinha ouvido falar, e foi aí que meu pai se divorciou. Mas esse não é o verdadeiro motivo de não falarmos com Miranda, na verdade é porque ela quis que Liam ficasse próximo de seu pai biológico.
— Mas que piranha, como ela pode ter pensado em algo assim?
— Ela é uma vadia que pensa com a carteira não se assuste, e depois que meu pai se separou a deixando com praticamente nada era um jeito um tanto fácil de arrumar dinheiro. Ryan Borges, esse é o nome do pai biológico de Liam,  eu me lembro como se fosse hoje o dia em que ele se apresentou, parecia aquela cena de Star Wars; eu sou seu pai;  – imitei uma voz de robô enquanto gesticulava com as mãos. Acabamos rindo.
— Como ele reagiu ao pai?
— Acredita se eu disser tremendamente bem? – me olhou confuso. — Foi exatamente assim:

"— Boa tarde, sou Ryan Borges. É um prazer – estendeu a mão.
— Liam Greene. – ele apertou, mas bem rápido.
— Acho que não preciso de rodeios para dizer, então direi logo eu sou seu verdadeiro pai"

— Lembro que o Liam riu e disse: "o único pai que eu conheço é John Greene " o cara ficou vermelho, não sei de raiva ou de vergonha, mas depois disso nunca mais procurou meu irmão. É óbvio que perguntei se ele não estava curioso sobre o pai dele e ele me respondeu…
— O único pai que eu tenho é o que me criou e me amou, e eu fui criado e amado por John Greene, e ele é o único que eu verei como pai. – olhei pro meu irmão encostado na porta e sorri. Ethan também estava sorrindo. O clima estava ótimo até que.
— Não creio, dois Greene?

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2021 ⏰

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