O protetor

8. Suspeito

Haviam se passado três dias desde que Vegeta viu Goku e aquele outro guarda costas irritante - Vegeta passou a odiar ele - se beijando e três dias que ele não dirigia uma única palavra se quer a Goku.

Vegeta estava agora se arrumando como em todos os dias para exercitar-se pela manhã em sua academia particular, preferiria ir em outra academia ver as pessoas, mas como não podia se conformou em ficar ali mesmo, gostava de manter o corpo em forma, gostava de ver os músculos definidos em seu corpo.

Ele terminou de se arrumar e saiu do quarto passando por Goku ao lado da porta, de cabeça erguida e sério sem nem mesmo o olhar. Goku saiu do seu lugar começando a segui-lo, cumprindo seu trabalho, é claro.

— Parece que eu estraguei alguma coisa. — Goku ouviu a voz baixa de Yamcha o zombando ao passar por ele em frente a porta do quarto de Tarble.

— Vai a merda. — Goku respondeu no mesmo tom baixo continuando seu caminho há uns três metros de distância do Vegeta. Durante todos esses dias Yamcha tem o atormentado, como sempre fazia quando tinham algum trabalho juntos, mas isso não deixava Goku fracassar com seu trabalho, apenas o ignorava como sempre fizera.

Ao chegar na academia na parte dos fundos da mansão, Vegeta senta no aparelho de peso e começa a puxar com as mãos, já estava acostumado com o peso e nem mexeu em nada. Porém não conseguia se concentrar direito, há três dias não consegue se concentrar em nada a não ser pensar sobre aquele maldito beijo, porque ele estava tão incomodado? Ele e Kakaroto não tinham nada então ele não deveria se incomodar com isso, além do mais ele praticamente forçou Kakaroto a ficar com ele. Não ele não forçou coisa nenhuma, Kakaroto fez por que quis, apesar das ameaças de Vegeta se ele quisesse não teria aceitado e provavelmente teria indo embora por exemplo. Mesmo assim Vegeta se sentia chateado ao lembrar daquilo, queria saber qual seria seu envolvimento com o outro guarda costas, será que são namorados? Ou até mesmo noivos?

Vegeta largou o aparelho com raiva deixando-o cair de uma vez, fazendo um grande barulho que atraiu os olhos prateados de Goku na porta da academia, Vegeta o olhou brevemente, hoje Goku estava usando um óculos escuro escondendo seu olhar prateado e sério. Vegeta se levantou do aparelho e foi até o saco de areia, começou a socá-lo com força liberando toda sua raiva, enquanto batia urrava e grunhia de raiva.

Goku na porta o observou por alguns instantes, depois voltou a olhar para frente, notara o quanto Vegeta estava irritado esses dias e sabia que era por sua culpa, tentou falar com ele naquele fatídico dia, mas Vegeta se recusou a ouvir e desde então não dirigiu mais uma única palavra a ele.

Goku se sentia angustiado, mas de certa forma era melhor assim, não era certo fazer isso, burlar os regulamentos dos protetores. A vida de Vegeta poderia estar em perigo constante, Goku poderia estar distraído com seus sentimentos enquanto uma arma poderia estar mirando sobre a cabeça de Vegeta. Não Goku não poderia permitir isso, mas... Ele virou sua cabeça para olhá-lo Vegeta ainda socava o saco com raiva. Goku já estava tão envolvido que nesse momento seu coração se agitava no peito, não conseguia deixar de observá-lo um único instante, seus olhos estavam sempre a sua procura.

Quando Vegeta notou que Kakaroto o olhava da porta ele parou de socar o saco, ele não estava mais se aguentado precisava saber a verdade, precisava perguntar, mesmo que não fosse da sua conta. Então ele tirou as luvas das mãos jogando no chão e se aproximou devagar de Kakaroto, seus olhos totalmente ligados nos olhos de Kakaroto, pelo menos tentando enxergá-los através daqueles óculos - malditos óculos escuro que o impedia de ver aqueles olhos deslumbrantes.

Ao se aproximar e ficar frente a frente Kakaroto tirou os óculos e o encaixou sobre a aba do bolso de lenço no paletó preto. Vegeta sentiu o coração se agitar quando seus olhos cruzaram aquele mar prateado, sentiu vergonha em encarar esse olhar e quase desistiu de perguntar, mas ele estava curioso, ele não conseguiria mais ter paz se não soubesse.